Pelo menos 2.600 pessoas morreram em decorrência da violência nos 18 meses após a deposição pelos militares do então presidente do Egito, Mohammed Morsi, em 2013 – quase a metade delas apoiavam o líder da Irmandade Muçulmana, informou um órgão de direitos humanos do governo.
De acordo com Mohammed Fayeq, presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos, entre os 2.600 estão 700 policiais e 550 civis mortos no período de 30 de junho de 2013 a 31 de dezembro de 2014. O conselho é um grupo independente sancionado pelo governo e não tem poderes judiciais.
Os militares depuseram Mohammed Morsi em julho de 2013, o primeiro presidente egípcio eleito democraticamente, em meio a protestos pedindo sua renúncia. Nos meses seguintes, seus apoiadores comandaram manifestações que resultaram em confrontos violentos com a polícia, deixando mais de 600 mortos.
Desde então, o governo militar empreendeu uma repressão arrebatadora contra a Irmandade Muçulmana, que agora é categorizado como grupo terrorista. Diversos ativistas seculares e de grupos de esquerda foram presos, muitos deles responsáveis pela liderança dos protestos da Primavera Árabe, em 2011, que derrubou o autocrata Hosni Mubarak do governo egípcio.
Grupos de direitos humanos e ativistas denunciaram diversos abusos cometidos desde a deposição de Morsi, incluindo a volta de uma prática do período de Mubarak – a tortura contra prisioneiros. Fonte: Associated Press.