Cindy McCain, viúva do ex-senador americano John McCain, tornou-se a mais recente voz republicana proeminente a declarar, na terça-feira, 22, apoio ao candidato presidencial democrata Joe Biden, que está em campanha para tomar a Casa Branca do presidente Donald Trump em novembro.
"Meu marido John viveu segundo um código: primeiro o país. Somos republicanos, sim, mas sobretudo americanos. Só existe um candidato nesta corrida que defende nossos valores como nação, que é Joe Biden", escreveu Cindy em uma rede social.
Biden teve uma longa amizade com John McCain, apesar de suas diferenças ideológicas.
O democrata havia adiantado a notícia durante uma arrecadação de fundos virtual, dizendo a apoiadores que Cindy McCain decidiu apoiá-lo depois que a revista <i>The Atlantic</i> noticiou que Trump classificou soldados norte-americanos mortos em combate de "perdedores" e "otários". Trump negou ter feito os comentários.
O presidente e McCain tinham um histórico de animosidade, depois que Trump desdenhou do serviço militar do senador falecido e dos anos que passou como prisioneiro de guerra no Vietnã, durante a campanha presidencial de 2016. Em agosto, Cindy McCain apareceu em um vídeo falando em favor de Biden na Convenção Nacional Democrata.
Trump reagiu à notícia na manhã desta quarta-feira, 23, com mais insultos, dizendo que mal conhece Cindy McCain. "Joe Biden era o lacaio de John McCain", escreveu. "Nunca fui fã de John. Cindy pode ficar com Joe Sonolento" (forma pejorativa pela qual Trump se refere a Biden).
McCain representou o Arizona no Senado dos EUA durante mais de três décadas e foi o candidato presidencial republicano em 2008. Ele morreu de câncer cerebral em 2018. Em agosto, mais de cem ex-funcionários seus anunciaram apoio a Biden. Pesquisas estaduais recentes mostram o democrata com vantagem no Arizona, que escolheu Trump em 2016.
De acordo com duas pesquisas eleitorais encomendadas pelo <i>Washington Post/ABC News</i>, Trump e Biden estão em disputas acirradas na Flórida e no Arizona. O republicano venceu nos dois Estados em 2016 e conta com a vitória em ambos para manter suas esperanças de reeleição em novembro.
Nos dois Estados, Trump é preferência entre os prováveis eleitores, com 51% a 47% na Flórida e 49% a 48% no Arizona. Enquanto isso, Biden lidera entre os eleitores registrados, que já estão aptos a votar no dia da eleição, com vantagens de 48% a 47% na Flórida e 49% a 47% no Arizona. Todas as diferenças estão dentro da margem de erro das pesquisas.
<b>A disputa pela Pensilvânia</b>
Trump realizou um comício de campanha no Estado pêndulo da Pensilvânia na terça-feira. A morte de Ruth Bader Ginsburg, juíza liberal da Suprema Corte, na sexta-feira, 19, continuou a reconfigurar a disputa presidencial.
Na manhã de terça-feira, 22, Trump disse que revelará sua substituta no sábado na esperança de agendar uma votação de confirmação no Senado antes da eleição de 3 de novembro, apesar das críticas ferozes de Biden e de congressistas democratas. Substituir Ginsburg consolidaria uma maioria conservadora de 6 a 3 no tribunal.
"Escolheremos uma mulher incrível", disse Trump no comício, em que também zombou de Biden por usar máscara em eventos de campanha.
Biden ataca a maneira como Trump lida com a pandemia de coronavírus, que já matou mais de 200 mil pessoas nos EUA – mais do que em qualquer outro país. Trump disse que seu gerenciamento da crise salvou vidas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)