As votações foram encerradas no Iraque neste sábado, na primeira eleição nacional desde que o país declarou vitória sobre o Estado Islâmico. A quarta eleição desde a derrubada de Saddam Hussein pelos EUA em 2003foi marcada por relatos de baixo comparecimento e irregularidades. Os resultados são esperados dentro das próximas 48 horas, de acordo com o órgão independente que supervisiona a votação, mas as negociações para escolher um primeiro-ministro encarregado de formar o novo governo deve se arrastar por meses.
As urnas foram abertas na manhã desta sábado sem uma sinalização clara de favorito, mesmo após semanas de campanha oficial. O primeiro ministro Haider al-Abadi enfrenta forte competição de partidos políticos com laços mais estreitos com o Irã.
As ruas de Bagdá começaram a se encher de carros antes de a votação terminar, após al-Abadi suspender parcialmente um toque de recolher de segurança em um esforço para
melhorar a participação na eleição. Quase todos os veículos civis haviam sido banidos da cidade de Bagdá pela manhã e muitos eleitores se queixaram de ter que andar mais de 4 quilômetros para chegar aos centros de votação.
O clérigo xiita mais graduado do Iraque tentou estimular a participação dos eleitores na tarde, encorajando os iraquianos a votarem “para evitar a chegada de
parlamento corrupto”. “A falta de participação dará a oportunidade para outros alcançarem o parlamento e eles estarão muito longe das aspirações do povo”, disse o xeque Abdul-Mahdi al-Karbalai, representante do Aiatolá Ali al-Sistani, na televisão local. Sistani encorajou os iraquianos insistentemente a votar numa nova classe política para combater a corrupção.
Em Mossul, o comparecimento parecia ser maior, com um índice de comparecimento superior a 40% dos eleitores, de acordo com o vice-comandante do comando da operação de Nínive, Jassem Mohammed Khalil.
Em Bagdá, eleitores se queixaram de irregularidades ligadas ao novo sistema de votação eletrônica implementado pela primeira vez este ano em um esforço para reduzir a fraude.
Nouri al-Maliki, antecessor de al-Abaid e seu mais poderoso oponente, disse que estava ciente de “violações” em alguns colégios eleitorais, acrescentando que o processo carecia de supervisão adequada. Não estamos seguros”, disse.
Fonte: Associated Press