Política

Eleições deste domingo ditarão rumos da disputa para prefeito em 2012

Dois lados de moedas muito diferentes

Ao ir às urnas neste domingo, 788.984 eleitores guarulhenses, além de escolher novos presidente, governador, senadores, deputados federal e estadual, mesmo que de forma indireta, estarão dando votos que devem ditar os rumos da sucessão municipal em Guarulhos, daqui a dois anos. A explicação é simples: a disputa entre situação e oposição, que ocorre tanto em nível federal (Dilma e Serra) como estadual (Geraldo Alckmin e Mercadante), se repete no município, onde há dois lados bastante definidos.

Ao lado da administração de Sebastião Almeida (PT), que em um ano e nove meses de mandato até aqui dá sequência aos oito anos de administração petista, estão dois candidatos, apoiados pela máquina administrativa, que – caso eleitos – podem fortalecer as pretensões do chefe do Executivo em seu projeto de reeleição ou mesmo se habilitarem a disputar a vaga dentro do partido. Janete Rocha Pietá, esposa do ex-prefeito Elói, tenta ficar na Câmara Federal, enquanto o vereador Alencar Santana busca um lugar na Assembleia Legislativa.

Do outro lado, capitaneado pelos quase 250 mil votos que teve no segundo turno das eleições municipais de 2008, aparece o candidato a deputado federal Carlos Roberto (PSDB) como o principal nome de oposição da cidade. Na mesma linha, figuram o atual presidente licenciado da Câmara Municipal, Alan Neto (PSC), que se tornou neste ano uma pedra no sapato dos interesses do Executivo, e tenta ser deputado estadual. Correndo por fora e debutando na política, aparece o candidato tucano à Assembleia, Coronel Ernesto, que pode surgir como o fato novo dessas eleições.

Há outros que até se posicionavam como oposição mas perderam espaços. O ex-prefeito Jovino Cândido (PV) é um desses que se distanciaram de seu eleitorado. Na disputa de 2008, ficou em terceiro lugar no primeiro turno com 97 mil votos. Outro candidato, o ex-vereador Waldomiro Ramos (PTB) se distanciou do meio político local.

Já o deputado federal Jorge Tadeu (DEM), que busca a reeleição não concentra sua base eleitoral na cidade. Na disputa municipal de 2008, quando concorreu para prefeito, teve apenas 14 mil votos. Tem também algumas lideranças locais que se bandearam para o lado da situação, como os candidatos Gileno ( PSL) e Luiza Cordeiro (PC do B), além do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, José Pereira (PDT).

Análise – O guarulhense tem a oportunidade de garantir uma maior representação para o município se optar por votar em candidatos que sejam da cidade e tenham projetos que defendam os interesses da população local. Em 2006, grande parte dos eleitores daqui preferiu optar por forasteiros, sem qualquer compromisso com o município. O resultado foi desastroso. O segundo maior colégio de São Paulo elegeu apenas um deputado estadual e dois federais.

Candidatos bem votados por aqui, como Paulo Maluf e Clodovil Hernandes, não trouxeram qualquer benefício para Guarulhos ou mesmo representaram a cidade em qualquer pleito do município junto ao Governo Federal. Na Assembleia, um desastre total.

Desta vez, 23 guarulhenses se apresentam como candidatos a deputado federal e outros 36 buscam um lugar como estadual. Entre eles, bons nomes e outros que entram na disputa apenas de maneira figurativa, para se projetar politicamente ou mesmo para gozar da licença remunerada. O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar realizou um estudo sobre os candidatos a Câmara Federal com maiores chances de vencer em todo o Brasil. De Guarulhos, quatro nomes foram apontados: Carlos Roberto (PSDB), Waldomiro Ramos (PTB), Janete (PT) e Tadeu (DEM). Os dois últimos por já serem deputados e terem chances de reeleição.

Neste sentido, vale salientar ao eleitor guarulhense a importância maior que se dá a seu voto neste momento de ir às urnas. Além de escolher seus representantes, ao definir sua opção entre um nome de situação ou de oposição, estará antecipando o futuro político de Guarulhos. Cabe à população decidir, neste 3 de outubro, se o município contará com nomes fortes tanto para defender o partido que está no poder há quase dez anos como para contrapor a continuidade administrativa. Ou seja, ao votar no candidato A, B ou C, o eleitor deve saber se vai jogar seu voto fora ou se quer, efetivamente, participar do processo político da cidade. (EZ)

 

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