O senador Carlos Viana (Podemos-MG) e o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) estão tecnicamente empatados na corrida eleitoral para a Prefeitura de Belo Horizonte, no limite da margem de erro, segundo pesquisa realizada pelo instituto Real Time Big Data por encomenda da Record TV Minas.
Viana tem 21% e Engler, 15% na estimulada, quando a lista de candidatos é apresentada aos entrevistados. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. Foram 1.200 entrevistas realizadas entre os dias 9 e 11 de março.
Com carreira no jornalismo, o senador entrou para a política em 2018 e apoiou o governo de Jair Bolsonaro (PL), de quem foi vice-líder no Senado. Viana rompeu com o bolsonarismo na eleição de 2022 após se sentir traído pelo ex-presidente.
Ele foi candidato ao governo de Minas Gerais pelo PL, mas Bolsonaro apoiou a reeleição do governador Romeu Zema (Novo). Apesar desse histórico, Carlos Viana é o preferido entre quem tem uma boa imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 28% declaram voto nele, índice superior aos 25% que votam no candidato do PT, o deputado federal Rogério Correia (PT). Ao mesmo tempo, apenas 8% dos que enxergam Bolsonaro de forma positiva estão com o senador.
Já Engler é o candidato bolsonarista na capital mineira. Ele tem apoio de Bolsonaro – que é avaliado positivamente por 51% dos eleitores da capital -, da família do ex-presidente e também do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), o mais votado do Estado para a Câmara em 2022. Entre os entrevistados com boa imagem do ex-chefe do Executivo federal, 30% afirmam que votarão no deputado estadual, que na última eleição para prefeito ficou na segunda colocação.
A pesquisa aponta que Engler está tecnicamente empatado na vice-liderança com outros três pré-candidatos: o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), que tem 11%; o petista Rogério Correia, também com 11%; e a deputada federal Duda Salabert (PDT), com 9%.
Em seguida, aparecem o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB), com 6%, a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL), com 4%, e Luísa Barreto (Novo) com 3%. Ela tem o apoio de Zema, de quem é secretária de Planejamento no governo de Minas. Nulos e brancos são 9% e 11% dos entrevistados não souberam ou não responderam.
Noman apoiou Lula na eleição de 2022 e agora tenta convencê-lo a retribuir o gesto e retirar a candidatura de Correia. O presidente da República, que tem avaliação negativa de 52% e positiva de 43% em Belo Horizonte, tem feito acenos aos dois: chamou o pré-candidato do PT de "prefeito" ao descer do avião em visita à cidade no mês passado, e logo em seguida tirou uma fotografia selfie com o atual prefeito.
O apoio de Lula a Fuad Noman seria um gesto ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Um aliado na prefeitura da capital mineira é considerado fundamental para a pretensão de Pacheco de se candidatar ao governo de Minas Gerais em 2026. Os belo-horizontinos se dividem sobre a atual gestão na prefeitura: 46% aprovam a administração, mesmo percentual que desaprova.
Uma das chaves da disputa será a postura do ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD-MG). Após uma aliança com Lula em 2022, ele se distanciou do presidente e também de Fuad Noman, que foi vice-prefeito durante sua administração. Avaliado de forma positiva por 53% do eleitorado, ele ainda não disse quem apoiará. Uma possibilidade é que Kalil apoie Viana com quem tem boa relação.
A pesquisa também testou cenários de segundo turno. Carlos Viana e Bruno Engler tem 32% e 29%, respectivamente, e continuam empatados tecnicamente. O senador vence Fuad Noman por 36% a 29% e Rogério Correia por 39% a 25%.
Já Engler empata com Noman no segundo turno: eles têm 30% das intenções de voto cada. Em uma eventual polarização com o PT no segundo turno, o bolsonarista venceria Correia por 34% a 24%. Neste caso, pesa a rejeição de 50% do candidato petista.
A pesquisa espontânea mostra que o cenário eleitoral ainda não está consolidado: 63% não souberam ou não responderam em quem votariam. O nome mais citado pelos eleitores é Engler, com 6%, seguido de Kalil, que não pode disputar por ter sido reeleito em 2020, com 4% e Nikolas com 3%. Viana tem 2%, mesmo percentual de Correia e Noman.
A Real Time Big Data testou ainda um cenário alternativo, na qual a psolista Bella Gonçalves é substituída pela deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede), que registra 1% das intenções de voto. Neste caso, os beneficiados são Rogério Correia, que ganha um ponto percentual e vai a 12% e Duda Salabert, que sai de 9% para 10%. Os demais nomes não têm alteração.