A influência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), será testada nesta terça-feira, 14, quando os senadores irão definir quem será o novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). O cargo é cobiçado por ser vitalício e ter grande influência sobre o mundo político. Apadrinhado por Pacheco, o senador Antonio Anastasia (PSD-MG) disputa a vaga com Kátia Abreu (Progressistas-TO) e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
Os três passarão por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, em seguida, analisados pelo plenário. A candidatura de Anastasia será relatada por Cid Gomes (PDT-CE); o parecer da indicação de Kátia Abreu ficará sob a responsabilidade de Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e o de Bezerra, com Eduardo Gomes (MDB-TO).
A expectativa é de que Anastasia consiga votos da maioria do Podemos e do PSDB. O mineiro também tem aval de senadores governistas e da oposição, como Carlos Portinho (PL-RJ), líder do partido de Bolsonaro, e de Cid Gomes, relator da indicação. Entusiastas da candidatura do senador de Minas elogiam o perfil dele. Anastasia possui experiência jurídica e foi professor de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Parlamentares que manifestam apoio a Kátia Abreu a consideram mais agregadora e com mais capacidade de articulação tanto com Bolsonaro, já que ela é de um partido da base, quanto com a oposição. Ela foi ministra de Dilma Rousseff e ainda mantém uma relação próxima com os petistas.
<b>Dissidências</b>
A senadora aposta em dissidências nos partidos dos concorrentes. Aliados avaliam, por exemplo, que o MDB irá rachado. Kátia já foi do partido e sua postulação é articulada pelo senador Renan Calheiros (AL). Simone Tebet (MS) e Rose de Freitas (ES), no entanto, se comprometeram a apoiar Anastasia. Aliados de Kátia esperam ter apoio de parte da bancada do PSD, partido do filho da senadora. Contrariando a maioria do Podemos, Oriovisto Guimarães apoia Kátia.
Com o auxílio do líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), Fernando Bezerra tem procurado colegas para negar haver qualquer irregularidade que o impeça de assumir o posto. Pesa contra ele uma investigação do Tribunal de Contas de Pernambuco. Bezerra garante que essa questão já foi resolvida.
A vaga no TCU foi aberta porque o presidente Jair Bolsonaro nomeou Raimundo Carreiro para a Embaixada do Brasil em Portugal, antecipando uma aposentadoria que só aconteceria em 2023. Oficialmente, o governo diz que não vai interferir na disputa. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>