O irmão de Novak Djokovic confirmou nesta segunda-feira que o número 1 do mundo pode ser deportado pelo governo da Austrália, apesar da vitória na Justiça. O juiz federal Anthony Kelly considerou a decisão de barrar o tenista "irracional" e o liberou para entrar no país e disputar o Aberto da Austrália.
"Eles querem capturá-lo e prendê-lo outra vez", disse Djordje, em entrevista à TV Prva, da Sérvia. "Novak está no meio de um furacão político. As pessoas na Austrália estão infelizes porque estiveram trancadas desde o início da pandemia. É claramente política. O que podemos fazer é divulgar nas redes sociais. Ele (Djokovic) está com os advogados para ver quais são suas opções neste momento", acrescentou.
Djordje afirmou ainda que o ministro de Imigração, Cidadania, Serviços a Imigrantes e Relações Multiculturais, Alex Hawke, pode usar seus poderes especiais para deportar Djokovic. O tenista pediu uma autorização especial para entrar no país por não ter se vacinado contra a covid-19.
"Foi uma noite sem sono para todos nós, foram momentos muito difíceis. Novak mostrou que é persistente e acredita nos seus ideais. Ele venceu esta batalha para todo o mundo. O juiz tomou a decisão certa, se baseando nos fatos, mas recebemos uma informação de que o ministro está acima da Justiça", disse Djordje.
O jornal Telegraf garante que o pai de Djokovic, Srdjan, afirmou que o governo australiano decidiu deportar Djokovic.
O presidente do parlamento da Sérvia, Ivica Dacic, também se manifestou. "O processo deveria ter terminado quando o tribunal decidiu sobre o assunto", afirmou em entrevista à Happy TV. "As autoridades australianas obviamente escolheram deportá-lo, o que também inclui uma proibição de três anos de entrada na Austrália. Isso desafia o bom senso", acrescentou.
DECISÃO – A apelação de Novak Djokovic à Justiça australiana após ter sido barrado na sua chegada em Melbourne deu certo. Em audiência realizada nesta segunda-feira, o sérvio ganhou, através de decisão do juiz federal Anthony Kelly, o direito de entrar no país e disputar o Aberto da Austrália. Ele considerou a decisão de barrar o tenista "irracional".
O juiz ordenou que Djokovic fosse libertado e que seu passaporte e outros documentos pessoais fossem devolvidos a ele, reacendendo a oferta do número um do mundo para ganhar o 21º título de Grand Slam recorde no próximo Aberto da Austrália.
Djokovic estava retido na Austrália desde a manhã de quinta-feira. Ele chegou ao país na noite da véspera, mas acabou barrado no aeroporto ao apresentar um atestado de isenção de vacina, que não foi reconhecido como válido pelas autoridades.