A Eletrobras realizou ao longo de 2020 investimentos totais de R$ 3,122 bilhões, o que corresponde a 59,1% do orçamento do ano, que somava R$ 5,286 bilhões, e ligeiramente abaixo do aplicado em 2019 (R$ 3,328 bilhões). Do total aplicado, R$ 3,008 bilhões correspondem a gastos corporativos e R$ 113,7 milhões em parcerias, destacou a empresa. Somente entre outubro e dezembro, foi desembolsado R$ 1,73 bilhão, após represamento ao longo do ano.
O valor total aplicado em 2020 é significativamente abaixo dos R$ 14 bilhões que o governo federal alega que a companhia precisa investir anualmente para manter sua participação de mercado – um dos motivos alegados para defender a privatização da estatal, a ser feita, segundo a proposta em análise no Congresso, via uma capitalização com emissão de novas ações e diluição da participação da União.
Do montante investido no ano passado, R$ 1,802 bilhão foi aplicado em geração, ou 63% do previsto e 12% abaixo do verificado em 2020. As obras na usina nuclear de Angra 3 e na termelétrica Santa Cruz receberam a quase totalidade do previsto – 99,7% e 93% do total orçado, respectivamente. Por outro lado, foram reduzidos os desembolsos para manutenção, que ficaram em 52% do total previsto. A não execução nessa linha foi de R$ 1,067 bilhão. A Eletobras atribuiu a redução aos impactos da pandemia de covid-19, que acarretou em atrasos na entrega de equipamentos e processos licitatórios.
Para o segmento de transmissão, foi aplicado R$ 1,051 bilhão, ou 52% do orçamento total de R$ 2,009 bilhões. Foram feitos investimentos em ampliações, reforços e melhorias em linhas da Chesf e de Furnas. Mas a empresa destaca que a Sociedade de Propósito Específico (SPE) Mata de Santa Genebra, de Furnas, aderiu ao standstill, que adiou para o fim do ano a necessidade dos aportes. Além disso, o segmento também sofreu os impactos da covid-19, com atraso de fornecedores, problemas com mão de obra e licitações.