A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de julho foi elevada de 0,2% para 0,4%, calcula o economista da Fundação Getulio Vargas e coordenador do índice André Braz. A revisão, afirma, está atrelada ao reajuste feito pela Petrobras no preço da gasolina no início deste mês.
Braz salienta que o índice deve seguir a tendência de alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no curto prazo, registrada no último relatório Focus. A mediana da pesquisa para julho passou de 0,23% para 0,28%, para agosto, de 0,11% para 0,15%, e para setembro, de 0,19% para 0,20%.
"A revisão no Focus aconteceu pelo reajuste da gasolina e também pelo acionamento da bandeira tarifária amarela na conta de luz. É provável que esse deslocamento siga no IPC-S", afirma. Ele pondera, no entanto, que a taxa em 12 meses do índice deve ser em torno de 4%, menor que a prevista para o IPCA, que deve ficar entre 4,1% e 4,2%, calcula.
O economista destaca que os núcleos de preços administrados e serviços foram os responsáveis pela aceleração do IPC-S na passagem da segunda para a terceira quadrissemana de julho – de 0,30% para 0,34%. "Gasolina e energia elétrica puxaram pelos administrados e passagem aérea e serviços bancários pelos serviços", detalha.
Braz frisa que a tendência para esses itens é de aceleração até o fim deste mês. Ele acrescenta que a queda observada em Alimentação, pela devolução das altas após as enchentes no Sul, e pela sazonalidade, limitou um avanço mais expressivo do indicador.