Opinião

Elogiável segurança integrada

A decisão tomada em conjunto pelos comandantes das diferentes forças policiais que agem na cidade (Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal) de integrar as ações no atendimento às ocorrências é de fundamental importância para melhorar a segurança da população. Na verdade, a decisão – de tão óbvia – parece tardia, porém deve ser elogiada por ser viabilizada, passando por cima de diferenças pontuais ou interesses políticos ou partidários. Afinal, o bem comum deve estar acima de tudo.


Durante muito tempo – e isso ainda acontece – nem mesmo as polícias Civil e Militar, ambas sob o guarda-chuva da Secretaria Estadual de Segurança Pública, portanto ligadas diretamente ao Governo do Estado, falavam a mesma língua. Problemas quase seculares de disputas internas em ambas corporações sempre fizeram com que as duas batessem de frente, nas mais diferentes ocasiões. O auge deste descalabro ocorreu no final da gestão de José Serra como governador de São Paulo, quando a Polícia Militar entrou em confronto com policiais civis, que – durante movimento grevista – promoviam uma grande manifestação em frente ao Palácio do Governo, no bairro do Morumbi, em São Paulo.


Desde então, com as feridas expostas, tanto o ex-governador como o atual Geraldo Alckmin procuraram amenizar a crise entre as polícias, tentando inclusive unir os comandos, fortalecendo as ações da própria Secretaria de Segurança.


Nesse aspecto, a GCM sempre ficou de lado, tentando inclusive suprir possíveis deficiências na segurança do município, agindo também na prevenção e até na repressão, assumindo papéis das outras duas, algo inclusive bastante discutível já que – na essência – ela deve cuidar prioritariamente dos próprios públicos, algo que se perdeu nos últimos anos. 


Porém, a integração proposta agora e em vias de implantação pode ajudar as três forças policiais a seguirem caminhos em conjunto e não paralelos, como ocorria até aqui. Podem inclusive contribuir muito para que cada uma cumpra melhor seus papéis. Para isso, entretanto deve ser privilegiado o interesse da população, deixando egos pessoais para planos posteriores. Importa muito mais melhorar a segurança da cidade do que tirar proveito político ou partidário dessas ações.

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