Estadão

Em ‘Sem Tempo para Morrer’, Daniel Craig se despede de 007

Já houve ciclos se encerrando na saga de James Bond, a cada vez que um ator se apropriava do personagem criado pelo escritor Ian Fleming. Sean Connery, George Lazenby (uma vez), Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan se revezaram no papel e, com maior ou menor sucesso, imprimiram sua marca. O 25.º filme da saga oficial chega agora para encerrar mais um ciclo, o de Daniel Craig. É mera coincidência que, nos cinemas brasileiros, 007 – Sem Tempo para Morrer faça sua estreia nas salas juntamente com um filme alemão chamado Meu Fim, Seu Começo. Sem risco de spoiler, pode-se dizer que o título caberia no novo 007.

Novo? Na eletrizante cena inicial, Bond/Craig chega a uma cidade medieval italiana com Madeleine Swann/Léa Seydoux. O diálogo ambíguo é sob medida para mostrar que o passado nunca desaparece na vida das pessoas. Nesse momento específico, as pessoas, na cidade, estão queimando suas memórias. Madeleine escreve num papel Masked Man – uma cena anterior mostrou como a mãe dela morreu e quem diabos era esse homem mascarado. O próprio James visita o túmulo de Vesper/Eva Green e também escreve num papel, Forgive me, perdão. Uma explosão e a caçada recomeça. James, a casta diva da Inteligência britânica, tem de lutar pela vida. Foi traído por Madeleine?

Passaram-se cinco anos, e a caçada recomeça. Entre o filme anterior da série, o 24.º, 007 – Contra Spectre, passaram-se realmente cinco anos, quer dizer, seis, porque a pandemia impediu que Sem Tempo para Morrer chegasse aos cinemas no ano passado, como previsto. Nesse meio-tempo, as especulações foram imensas. Daniel Craig anunciou sua aposentadoria e começaram a pipocar os apelos dos fãs. Por que não um 007 negro, e o nome de Idris Elba tornou-se o mais cotado. Na era da Mulher-Maravilha, por que não uma 007 feminina? Prepare-se para muitas surpresas. James aposentou-se e há, sim, alguém com o mesmo número, e com permissão para matar. Acontece que a aposentadoria não é para valer, e 007 volta à ativa.

É um filme de despedidas – alguns personagens que se tornaram chave na era Craig do papel estão desaparecendo. Blofeld/Christopher Waltz agora está preso e surge o novo vilão, vivido por Rami Malek. O vencedor do Oscar por Bohemian Rhapsody pelo visto não precisou interpretar naquele filme. Ele não tem feito outra coisa, depois, senão repetir as caras e bocas. Muito importante, é tanta coisa mudando em Sem Tempo para Morrer que era preciso um novo diretor. Cary Fukunaga dá conta do recado. O filme é tudo que você espera, e mais. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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