Estadão

Em 1º encontro diplomático após posse de Biden, EUA e Rússia falam em cooperação

Na primeria reunião entre os chefes da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, e da Rússia, Serguei Lavrov, desde a posse do presidente Joe Biden, em janeiro, os dois países defenderam o diálogo e a cooperação em algumas questões, reconhecendo que seus países têm diferenças. Eles se reuniram em Reijavik, Islândia, às margens do Conselho do Ártico.

Ao mesmo tempo em que manifestaram desejo em cooperar com a Rússia para que o mundo fique mais seguro, os Estados Unidos alertaram que responderão se o governo russo se comportar de maneira agressiva, como afirmou Blinken. "Nossa visão é que se os dirigentes de Rússia e Estados Unidos podem trabalhar cooperando, o mundo será mais seguro", declarou o secretário de Estado Americano. "Não é segredo que temos nossas diferenças."

Em resposta, Lavrov afirmou que a Rússia está disposta a discutir todos os temas com os americanos em um diálogo honesto e com respeito mútuo. Ele acrescentou, porém, que as duas grandes potências têm de decidir em quais temas podem trabalhar juntos enquanto em outras ainda persistem sérias diferenças.

A reunião marcou as primeiras conversas pessoais de alto nível entre o governo americano e o russo, antes de uma possível cúpula presidencial em junho na tentativa de melhorar as abaladas relações entre os ex-adversários da Guerra Fria.

As relações estão tensas desde março, quando o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden – não muito tempo depois de assumir o cargo – disse que considerava o presidente Vladimir Putin um "assassino", o que levou Moscou a chamar de volta seu embaixador dos Estados Unidos para consultas. O enviado ainda não retornou a Washington.

A Rússia estava pronta para resolver as questões remanescentes da administração americana anterior, acrescentou Lavrov, referindo-se à presidência de Donald Trump.

Blinken disse que Biden queria uma relação estável e previsível com a Rússia e que os dois países poderiam trabalhar juntos no combate à pandemia do coronavírus e à mudança climática, lidar com os programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte e com o conflito no Afeganistão. "Achamos que isso é bom para nosso povo, bom para o povo russo e realmente bom para o mundo", disse Blinken. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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