Estadão

Em 2023, foram transacionados R$ 3,73 tri em cartões, diz Abecs; alta é de 10,1% ante 2022

A indústria brasileira de cartões movimentou R$ 3,73 trilhões ao longo de 2023, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O volume é 10,1% maior que o observado no ano de 2022, de acordo com a entidade.

Os números foram puxados novamente pelos cartões de crédito, que tiveram R$ 2,4 trilhões em transações no ano passado, um crescimento de 12,1%.

"O cartão de débito andou de lado, cresceu 0,1%", afirmou o vice-presidente executivo da Abecs, Ricardo Vieira, em coletiva de imprensa para comentar os números do setor no ano de 2023. O débito movimentou R$ 1 trilhão no ano passado.

No cartão pré-pago, as transações cresceram 34,1% em relação a 2022, para R$ 321,2 bilhões, mesmo com o teto no intercâmbio da modalidade, que desestimulou a emissão desse tipo de cartão por bancos e fintechs.

No quarto trimestre, o setor movimentou R$ 1 trilhão, um crescimento de 9,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo que R$ 664 bilhões foram através do crédito, um crescimento de 12,8%.

De acordo com Vieira, foi a primeira vez que a indústria ultrapassou o trilhão em volume de transações em um único trimestre.

<b>Compras não-presenciais</b>

Segundo a Abecs, o volume de compras não presenciais com cartões foi de R$ 830 bilhões no Brasil no ano de 2023, um crescimento de 13,2% em relação ao ano anterior. O maior volume foi o do crédito, que somou R$ 799,9 bilhões, alta de 12,8% em um ano.

Ricardo Vieira afirmou que o grande destaque foi o crescimento do uso do cartão de débito no mundo online: a alta foi de 28,3% em relação a 2022, para R$ 14,3 bilhões. "O crescimento do débito é um reflexo das ações das bandeiras e da indústria", disse.

O setor de cartões colocou em prática uma série de ações no ano passado para que os clientes utilizem mais os cartões de débito em compras online, em uma tentativa de conter a migração dos consumidores do débito para o Pix. Essas ações incluem uma padronização de regras para compras sem a necessidade de senha.

Outro forte crescimento foi o das compras presenciais pagas através da tecnologia NFC, por aproximação, que chegaram a R$ 986,4 bilhões, alta de 70,1% em relação a 2022. A maior alta foi do pré-pago, de 76,3%, para R$ 180,4 bilhões.

"A aproximação representa quase 55% dos pagamentos com cartão no mundo físico", afirmou Vieira.

<b>Gastos de brasileiros no exterior</b>

Segundo a Abecs, os gastos de brasileiros no exterior com o uso de cartões somaram US$ 13,2 bilhões no ano passado. "Esse número já está próximo de um crescimento em relação ao ano de 2019, antes da pandemia", afirmou Vieira.

Os pagamentos no exterior foram o indicador mais pressionado durante a pandemia da covid-19, dado que o brasileiro viajou menos e muitos países impuseram importantes barreiras sanitárias para viajantes provenientes do País.

A Abecs calculou ainda o volume de gastos de estrangeiros no Brasil, que somaram US$ 5,5 bilhões no ano passado, um crescimento de 39,8% em relação ao ano de 2022.

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