Estadão

Em 3º no quadro de medalhas, Japão obtém sua melhor campanha olímpica da história

País-sede dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Japão bateu todos os seus recordes competindo em casa, mesmo sem contar com o apoio de sua torcida nas arquibancadas. O país asiático obteve seu maior número de ouros e de pódios no total e também registrou sua melhor posição no quadro geral de medalhas.

Os anfitriões de Tóquio-2020 terminaram a Olimpíada com 27 medalhas de ouro, 11 acima do seu recorde anterior, obtido nos Jogos de Atenas-2004, com 16 douradas. O número total também apresentou considerável crescimento. Passou de 41 no Rio-2016 para 58 em solo japonês. Ficou em sexto lugar geral.

No quadro de medalhas nesta Olimpíada, o Japão terminou no terceiro posto, sua melhor campanha da história. Ficou apenas atrás do Estados Unidos, com 39 ouros, e da China, com 38 – os americanos superaram os chineses somente neste domingo, última dia destes Jogos Olímpicos.

Se levar em consideração o número total de medalhas, a delegação japonesa foi a quinta que mais acumulou pódios, ficando atrás ainda do Comitê Olímpico Russo (70) e da Grã-Bretanha (65). O quadro de medalhas oficial define a ordem dos países pelo número de medalhas de ouro, e não pelo total.

A grande campanha se deve em parte ao tamanho recorde de sua delegação, algo comum nos países-sede das Olimpíadas. O Brasil também contou com seu maior time da história no Rio-2016. As sedes têm o direito de inscrever atletas em todas as modalidades, mesmo sem índice, o que favorece delegações mais inchadas. Na japonesa, havia 582 esportistas.

Por outro lado, o Japão não pôde usufruir de uma vantagem que geralmente há para os países-sede: o incentivo da torcida. Por causa da pandemia de covid-19, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu vetar a presença de público nos eventos, tornando a Olimpíada de Tóquio única na história do grande evento esportivo.

O sucesso japonês também pode ser atribuído aos bons resultados nas modalidades estreantes. Os donos da casa levaram uma prata e um bronze no surfe, e cinco no skate, quase metade das 12 em disputa. Quando levou a prata no street, a brasileira Rayssa Leal teve ao seu lado no pódio Momiji Nishiya (ouro) e Funa Nakayama (bronze). Eles também brilharam nos esportes mais tradicionais, como o judô. Berço desta modalidade, o Japão terminou os Jogos com 11 medalhas no tradicional e histórico Nippon Budokan.

Apesar do recorde, havia expectativa que os japoneses subissem até mais vezes no pódio. Estimativas chegaram a apontar 60 medalhas. A conta incluía melhores resultados para a japonesa Naomi Osaka e para o golfista Hideki Matsuyama, um dos melhores do mundo. Ambos saíram da Olimpíada de mãos abanando. Responsável por acender a pira olímpica na cerimônia de abertura, a tenista caiu logo nas oitavas de final, longe de corresponder ao seu status de atual número dois do mundo.

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