Cinema

Em “A Chave de Sarah”, período vergonhoso da França é retomado

Filme trata da ocupação dos nazistas naquele país

Em junho de 1940, o governo francês rendeu-se ao nazismo alemão que começava a se espalhar pela Europa, com objetivo de dominar todo o planeta com seu discurso totalitário e anti-ssemita. A invasão do país se deu de tal forma que a França foi dividida em duas partes, uma governada pela Alemanha e outra sob o domínio de franceses sob as ordens nazistas. Como principal – ou ao menos mais emblemática – mudança, os ideais da bandeira francesa mudaram de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" para "Trabalho, Família a Pátria". A nova capital do governo francês passou para a cidade de Vichy, o que daria o nome da nova república. "A Chave de Sarah" trata justamente da perseguição de judeus franceses por seus compatriotas. Mais especificamente, do episódio conhecido como Razia do Velódromo de Inverno, considerada a maior prisão em massa de judeus em território francês. Nos dias atuais, a jornalista Julia Jarmond (Kristin Scott-Thomas, de "O Paciente Inglês"), começa a investigar as histórias da família da jovem Sarah, cujo destino, após a apreensão no Velódromo, praticamente deixou de ter registros. Enquanto busca pela verdade, ela descobre que alguns dos prisioneiros, que seriam encaminhados a campos de concentração, podem até mesmo estar vivos. O diretor Gilles Paquet-Brenner (de "Les Jolies Choses") toca em alguns dos pontos mais negativos da história francesa e mundial, em tempos em que a Europa volta a dar sinais de xenofobia e nacionalismo exagerado frente às crises globais.

A Chave de Sarah (Elle sappelait Sarah) – França, 2010. Direção de Gilles Paquet-Brenner. Com Kristin Scott Thomas, Mélusine Mayance, Niels Arestrup, Frédéric Pierrot, Michel Duchaussoy, Dominique Frot, Natasha Mashkevich, Gisèle Casadesus, Aidan Quinn, Sarah Ber, Arben Bajraktaraj, Karina Hin, James Gerard, Joe Rezwin. Distribuição Imagem Filmes. Classificação: 14 anos.

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