A presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil passa hoje por um momento “auspicioso” e que dá passos significativos na direção do desenvolvimento de uma vacina contra a dengue, mas que permanece o desafio de combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e o zika vírus – este último associado ao surto de microcefalia em bebês.
“O Brasil tem fortes institutos de pesquisa, laboratórios, o Butantan sem sombra de dúvida é um deles e dá passo significativo no momento que estamos presenciando hoje”, afirmou Dilma ao acompanhar a assinatura do contrato no valor de R$ 300 milhões do Ministério da Saúde com a Fundação Butantan para o financiamento da terceira fase de testes da vacina contra a dengue.
O governo espera que a vacina possa ser pentavalente (ter ação contra os quatro sorotipos da dengue mais a zika) ou que se desenvolva uma vacina contra a zika em paralelo – há convênios com os Estados Unidos nesse sentido.
“Entre o momento atual, em que ainda não temos a vacina, e o momento em que tivermos, temos que tomar uma atitude efetiva para evitar novos casos de crianças com microcefalia, casos de dengue, chikungunya. Temos só um processo para isso que é o extermínio dos criadouros do mosquito, do acúmulo de água limpa ou suja”, afirmou Dilma.
A presidente destacou novamente que dois terços dos criadouros do mosquito encontram-se dentro das residências e enfatizou a campanha do governo federal para que a população dedique 15 minutos por semana para fazer uma faxina em casa e eliminar possíveis focos.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também participou da cerimônia, na Faculdade de Medicina da USP. O tucano cumprimentou a presidente e demais autoridades presentes – entre eles o prefeito Fernando Haddad (PT) e o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
Ele chamou o dia de “histórico” e elogiou a ação de “vanguarda” do Instituto Butantan em desenvolver a vacina, lembrando que ela poderá ajudar cerca de 2,5 bilhões de pessoas que habitam países tropicais e subtropicais.
João Santana
Após a cerimônia na capital paulista, que durou menos de uma hora, a presidente deixou o local sem falar com a imprensa e sem fazer nenhuma menção à decretação da prisão do marqueteiro de sua campanha, João Santana, no âmbito da Operação Lava Jato.