Estadão

Em ata: grande maioria dos dirigentes do Fed quer começar a desacelerar redução no balanço

A ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), de 19 e 20 de março, mostrou que a "grande maioria" dos dirigentes da instituição deseja começar a desacelerar o ritmo da redução no balanço "razoavelmente em breve". Em outro ponto do documento divulgado nesta quarta-feira, 10, é apontado que a maioria deseja que essa redução no ritmo do corte no balanço seja iniciado em meados do ano atual.

Após o ajuste no ritmo da redução, esse processo deve prosseguir "por algum tempo". Os dirigentes pretendem desacelerar e então interromper o declínio no tamanho do balanço quando as reservas estiverem "um pouco acima do nível que o comitê julga consistente com reservas amplas", diz a ata.

Desde o início da redução no balanço, em junho de 2022, os ativos totais detidos pelo Fed recuaram quase US$ 1,5 trilhão, aponta o documento. Não houve na última reunião, porém, decisões sobre o ajuste desse ritmo do corte.

Os dirigentes consideram que a redução no balanço tem ocorrido sem sobressaltos, diz a ata. Levando em conta o processo ocorrido no fim do episódio de redução no balanço de 2017 a 2019, porém, os dirigentes em geral avaliaram que seria apropriada uma abordagem cautelosa para os próximos passos. A "grande maioria" dos dirigentes julga que seria prudente começar a desacelerar o ritmo razoavelmente logo. A maioria deles notou que, apesar da redução "significativa", as reservas seguem em nível elevado.

Um ajuste no ritmo da redução no balanço daria aos bancos, e aos mercados de financiamento de curto prazo em geral, tempo adicional para ajustar ao menor nível de reservas, o que reduziria a chance de estresses em mercados monetários que forçariam um fim antecipada desse processo, diz a ata. A decisão de reduzir o ritmo da queda, portanto, não significa que o balanço no fim das contas diminuirá menos que caso o ritmo fosse mantido, pondera o Fed. Alguns dirigentes, de qualquer modo, disseram que desejavam continuar a reduzir o balanço no nível atual, acrescenta a ata.

Em suas discussões sobre como ajustar o ritmo da redução no balanço, os dirigentes em geral favoreceram reduzir o ritmo mensal em "aproximadamente a metade do ritmo geral recente", afirma ainda ela. Os dirigentes preferem em geral manter o limite existente na redução dos ativos lastreados em hipotecas (MBS, na sigla em inglês) e ajustar o limite para o corte no balanço dos Treasuries, ao ajustar o ritmo da queda no balanço, segundo o documento.

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