O virtual candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, prometeu retirar os Estados Unidos do Acordo de Comércio da América do Norte (Nafta) caso este não seja renegociado, enterrar a proposta do Parceria Transpacífica (TPP, na sigla em inglês) e denunciar a China como manipuladora cambial caso seja eleito presidente nas eleições de novembro.
As propostas de Trump vão contra as políticas apoiadas há décadas pelo seu próprio partido. Ao invés disso, o empresário gastou boa parte de um discurso do início da semana para elogiar a política econômica do século 18, que gerava receitas para o governo federal amplamente em tarifas.
“Nossa Constituição Original não previa nem mesmo um imposto sobre a renda. Ao invés disso, tinha tarifas – enfatizando a aplicação delas sobre a produção estrangeira, não doméstica”, disse. “No entanto, 240 anos depois dessa revolução, nós viramos as coisas de cabeça para baixo.”
Os comentários de Trump foram criticados tanto por democratas aliados à sua Hillary Clinton como por republicanos que apoiam os acordos de comércio. Segundo a Câmara de Comércio norte-americana, a abordagem do candidato pode custar 3,5 milhões de empregos nos Estados Unidos, como resultado de “preços mais altos” e de “uma economia mais fraca”.
Seus comentários também foram direcionados à China. “Eu vou instruir meu secretário do Tesouro a denunciar a China como uma manipuladora de câmbio. Qualquer país que desvaloriza sua moeda para ter vantagens contr os Estados Unidos precisa ser enfrentado”, disse, acrescentando que irá levar adiante outras acusações contra a China nos EUA e também na Organização Mundial do Comércio (OMC). “A prática desleal de subsídios da China é proibida pela OMC e eu pretendo aplicar essas regras”, disse.
Ele não mencionou propostas polêmicas anunciadas nas prévias, como a imposição de uma tarifa de 45% sobre produtos chineses e pesadas multas sobre companhias norte-americanas que construíssem fábricas no México. Trump, no entanto, tentou ligar sua proposta de nacionalismo econômico com a votação da semana passada, no Reino Unido.
“Nossos amigos britânicos recentemente votaram para tomar de volta seu controle sobre a economia, a política e suas fronteiras”, disse. “Eu estava do lado certo dessa discussão, como sabem – com o povo. Hillary, por outro lado, esteve sempre do lado das elites.” Fonte: Dow Jones Newswires.