O casal de chineses havia se separada há cerca de um ano. Eles viviam em uma casa em cima de um restaurante oriental na esquina rua Conde Francisco Matarazzo com a avenida Dr. Miguel Vieira Ferreira, no Jardim Zaíra, que se encontrava desativado.
Liu Qing Gui, segundo testemunhas e conhecidos da família, não se conformava com a separação da esposa e com uma medida cautelar que o impedia de ficar com a filha de sete anos. A ação foi necessária depois que ele, sem a autorização da mãe, viajou sozinho com a pequena Xu Yi Ping para os Estados Unidos e China, quando ficou fora por cerca de dois meses no final do ano passado.
Ainda segundo conhecidos, Xu era muito apegado aos bens materiais e se recusava a repartir os bens com a esposa que, desde a separação, vivia com a menina em um apartamento localizado em frente a sua casa e restaurante, no condomínio Máximo. Diante do impasse, inconformado com a ausência da menina, pediu para ficar com a criança mais uma vez, já que – segundo teria contado à ex-esposa – estaria prestes a passar por uma cirurgia de alto risco e temia morrer.
A mãe então teria autorizado Xu a ir para a casa do pai, desde que ela pudesse estar acompanhada da empregada da família. Liu aceitou as condições e recebeu as duas em sua casa no início da tarde de sexta-feira. Porém, ele deu um jeito de levar a empregada até a varanda da residência, onde a deixou trancada.
Dentro da casa, a tragédia anunciada. Liu deixou uma carta escrita em chinês, que foi traduzida à polícia pelo irmão dele. Entre outras coisas, disse que “iria ficar junto da filha para sempre no céu”. E deu sequência a seu plano. Em um dos banheiros, matou a menina asfixiada com a alça de uma mochila, que foi amarrada no registro do chuveiro. Em outro cômodo, da mesma maneira, suicidou-se por enforcamento.
A empregada, impedida de entrar na casa, ligou para a mãe pelo celular. Mas quando ela chegou no local a tragédia estava consumada. Pai e filha já estavam mortos.