Karima Ahmad, de 24 anos, moradora de Chapecó, no sul do Estado de SC, descobriu na quarta-feira que estava com covid, após apresentar os primeiros sintomas da doença e procurar uma farmácia. No dia seguinte, foi a vez da mãe, Leila Ahmad, de 50 anos, testar positivo. A jovem, que apresentou sintomas mais fortes, tentou duas vezes atendimento, e não conseguiu: "Está tudo superlotado, tanto público quanto privado, me senti mal na fila e voltei para casa", contou ao Estadão por telefone. Ela e a mãe estão isoladas em casa, em tratamento. Vão voltar à unidade e esperar.
Nos hospitais, a enfermaria da endoscopia virou ala de covid. Faltam leitos e espaço. "A situação é de caos em Chapecó. Antes, nós estávamos internando pacientes após 12 dias do contágio; agora, após cinco dias as pessoas já estão precisando", explicou a médica infectologista Carolina Cipriani Ponzi. Na quinta-feira, antes das 9 horas, ela já havia atendido 20 novas internações no Hospital da Unimed em Chapecó.
"Temos mantido conversas com infectologistas do Brasil todo e o que percebemos é uma mudança no perfil do vírus. A testagem nos pacientes confirma que é o mesmo patógeno, mas ainda não temos a comprovação de fato de que se trata de mutação", emenda.
A Secretaria da Saúde estadual pediu ao ministro Eduardo Pazuello que seja aplicado em Chapecó o mesmo protocolo de Manaus, para ampliação dos grupos de vacinação. Na quarta-feira, a cidade somou 41 óbitos em 24 horas, maior registro desde dezembro.
Na quarta, o governador Carlos Moisés (PSL) anunciou mais 34 leitos de UTI e 10 leitos de enfermaria na região oeste. E a Assembleia Legislativa destinou R$ 20 milhões para a ampliação de leitos. A cidade tem 2.051 casos de infectados com vírus ativo, segundo dados do governo do Estado. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>