Em conversa por telefone com Guedes, Yellen fala em agenda para Amazônia

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, conversou por telefone nesta quinta-feira, 11, com o ministro da Economia, Paulo Guedes. De acordo com um comunicado do governo americano, a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) demonstrou interesse em aumentar a cooperação com o Brasil e disse que busca se engajar em uma agenda de proteção da Amazônia. A pauta ambiental é uma das prioridades do governo de Joe Biden, que assumiu o cargo de presidente dos EUA em 20 de janeiro.

"A secretária Yellen expressou sua intenção de aprofundar a cooperação com o Brasil para enfrentar os principais desafios regionais e globais, incluindo o apoio a uma forte recuperação da pandemia de covid-19, combate à desigualdade, desenvolvimento de infraestrutura sustentável e abordagem vigorosa da ameaça das mudanças climáticas", diz a nota divulgada pelo Departamento do Tesouro americano.

O comunicado também informa que Yellen pretende se engajar em uma agenda produtiva para ajudar a proteger a Amazônia "e garantir meios de subsistência sustentáveis para as comunidades locais".

Durante a campanha eleitoral de 2020 nos EUA, Biden chegou a sugerir que poderia aplicar sanções ao Brasil por causa do desmatamento na Amazônia. A vice-presidente americana, Kamala Harris, também já criticou a política ambiental do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Em fevereiro deste ano, os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mantiveram uma reunião de trabalho com John Kerry, enviado especial do governo dos EUA para as mudanças climáticas. Antes disso, no final de janeiro, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que o Brasil será um "parceiro-chave" no combate à crise climática.

Em carta enviada a Biden em 20 de janeiro, dia da posse do democrata, Bolsonaro disse estar pronto para continuar a parceria com os EUA na questão ambiental. "Estamos prontos, ademais, a continuar nossa parceria em prol do desenvolvimento sustentável e da proteção do meio ambiente, em especial a Amazônia, com base em nosso Diálogo Ambiental, recém-inaugurado", escreveu o presidente brasileiro.

No ano passado, contudo, Bolsonaro chegou a dizer que apoiava a reeleição do ex-presidente americano Donald Trump. A vitória de Biden foi confirmada no dia 7 de novembro, após um atraso na contagem de votos por correio, mas o presidente brasileiro só reconheceu o resultado da eleição americana mais de um mês depois, no dia 15 de dezembro.

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