O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rejeitou pedidos da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e confirmou o enfraquecimento do grupo na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que deve ser instalada para investigar os ataques às sedes dos Poderes em 8 de Janeiro. A decisão foi publicada na edição desta sexta-feira, 5, do Diário do Congresso Nacional.
A comissão tem 32 vagas para titulares, sendo 16 da Câmara e 16 do Senado. Caso a apelação fosse atendida por Pacheco, os opositores de Lula poderiam ter duas vagas a mais, uma na cota de cada Casa. As cadeiras são divididas de acordo com o tamanho dos blocos partidários.
No Senado, Randolfe Rodrigues, único representante da Rede, trocou o partido de bloco. Isso levou a um recálculo do número de vagas que cada grupo teria na Casa Alta. Aliados de Lula ganharam uma nova vaga à custa de uma que seria do bloco liderado pelo PL, partido de Jair Bolsonaro.
Na Câmara, pesou contra a oposição o entendimento de que partidos sem estrutura de liderança não podem ter representação. Isso excluiu da conta o Novo, cuja bancada é pequena demais para ter acesso a essa estrutura.
Os protestos da oposição começaram no dia em que foi lido o requerimento de criação da CPMI, 26 de abril. Havia expectativa de Pacheco resolver as questões na terça-feira, 2 de maio, mas isso não foi feito. No mesmo dia, governistas começaram a dizer que a comissão poderia demorar duas semanas para ser instaurada.
A decisão de Pacheco é imprescindível para o andamento da CPMI porque só com a distribuição de vagas entre os blocos resolvida os partidos poderão indicar os integrantes da comissão.