Sem o Brasil de Mayra Aguiar, ou os Estados Unidos de Kayla Harrison, os três pódios formados em Astana (Casaquistão) nesta sexta-feira, no quinto dia de combates no Mundial de Judô, reuniu 10 países diferentes. Só as duas principais potências da modalidade, França e Japão, ganharam duas medalhas cada. Os demais foram ao pódio uma única vez.
A variedade de países subindo ao pódio nas categorias médio (até 90kg no masculino e até 70kg no feminino) e meio-pesado (até 78kg entre as mulheres), entretanto, não chega a ser novidade. No Mundial do ano passado, essas mesmas três subdivisões tiveram 12 países diferentes ganhando medalha.
Se nas categorias mais leves o Japão domina (ganhou quatro medalhas de ouro em oito possíveis), à medida que o limite de peso vai subindo os asiáticos vão perdendo o favoritismo. Nesta sexta, ganharam duas medalhas, sendo uma de ouro e uma de bronze.
De qualquer forma, o dia em Astana não foi nada bom para os favoritos. Na categoria até 90kg, Dong Han Gwak ganhou o ouro. Ele não era exatamente azarão (foi campeão asiático este ano), mas também não estava entre os grandes favoritos. O grego Ilias Iliadis, campeão mundial em 2014, o húngaro Kristian Toth, campeão mundial júnior, e os três primeiros do ranking ficaram pelo caminho, sem medalhas.
O Brasil esteve representado por Tiago Camilo, que perdeu na estreia para o russo Kirill Denisov, que acabou com a medalha de prata. Japão e Geórgia subiram ao pódio com bronze. Também a algoz de Maria Portela na categoria até 70kg foi finalista. A espanhola Maria Bernabéu só foi superada pela francesa Gevrise Emane.
O pódio da categoria, aliás, contou com quatro atletas negras, algo raro no judô, uma vez que a modalidade é dominada por asiáticos e países europeus de maioria branca. A França ganhou outro bronze, com Fanny Estelle Posvite, enquanto a colombiana Yuri Avellar, então bicampeã consecutiva, teve que se contentar com o terceiro lugar.
Já entre as meio-pesadas (até 78kg), a brasileira Mayra Aguiar e a norte-americana Kayla Harrison, que juntas somam sete medalhas em Mundiais, perderam nas oitavas de final, antes do esperado confronto entre elas nas quartas de final.
Sem as favoritas, o caminho ficou aberto e o título acabou com a japonesa Mami Umeki, campeã asiática, que superou a eslovena Anamari Velensek. Marhinde Verkerk, da Holanda, e Luise Malzanh, da Alemanha, ficaram com as medalhas de bronze.