Política

Em dia conturbado e sem sessão, vereador diz que Câmara não tem comando

Diferente da sessão parlamentar da última terça-feira, 8, quando apenas suspendeu os trabalhos por um pequeno período em virtude dos protestos ostensivos de moradores da região do Taboão, o vereador e presidente da Câmara Municipal, Professor Jesus (PDT), optou em encerrar os trabalhos da 12ª sessão do ano em apenas 10 segundos. Para o seu correligionário, Heleno Metalúrgico (PDT), essa atitude mostrou a falta de comando na Casa de Leis por parte de seu mandatário, que não permitiu que a sessão começasse e tivesse a participação dos professores. 
 
“O Executivo da nossa cidade já está sem comando e pela postura de hoje, deixa claro que esta Casa também está sem comando. Não pelos vereadores, mas sem comando pela presidência. É inaceitável uma atitude dessa, principalmente por ser o presidente e um educador, professor, e sair pela tangente deixando os professores a ver navios”, declarou Heleno.
 
Antes da sessão, o presidente ordenou que as portas da Câmara ficassem fechadas para não permitir a entrada de ninguém no recinto. Para garantir a medida, Jesus acionou a GCM (Guarda Civil Municipal), inclusive o Canil. “Por mais que seja do mesmo partido, não compactuo com a posição do presidente da Câmara. É dar uma tapa na cara da população”, criticou o parlamentar.
 
Apesar da decisão de Jesus, que alegou falta de quorum, professores e gestores do Stap (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública) de Guarulhos, que conseguiram entrar na Casa, a partir da abertura do plenário pelo vereador Geraldo Celestino (PSDB), puderam dialogar com os oito vereadores que permaneceram no local. Estiveram presentes os parlamentares Toninho da Farmácia (PR), Guti (PSB), Geraldo Celestino (PSDB), Romildo Santos (DEM), Gilvan Passos (PSDB), Verinha Souza (PMB), Laércio Sandes (PMN) e Márcia Taschetti (PP). 
 
“Nós fizemos um acordo em 2014 em que o professor caso queira estender a jornada de trabalho de 30 horas semanais a 38, de 25 a 30 ou de 25 a 38. E teria essas opções para trabalhar. Acontece que os professores fizeram a opção em dezembro, trabalharam e não receberam. A Prefeitura alega que não tem dinheiro. Você espera receber esse dinheiro e ele não vem. Você trabalha 30 horas e continua recebendo 25 horas”, explicou o presidente do Stap, Pedro Zanotti. 
 
O representante sindical também sugeriu que parte dos gastos empenhados pelo Governo Municipal pudesse ser revertido para a quitação das horas extras realizadas pelos professores, além de exigir o cumprimento da gratificação prevista pela Lei Municipal n.º 6.711, de 1º de julho de 2010, a estes profissionais, pelo qual é contemplada por meio do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).
 
“Queremos o cumprimento da Lei n.º 6711, que prevê a gratificação de 1 salário aos professores anualmente e disponibilizado no mês de março. Ele já disse que não vai pagar e é dinheiro de verba federal oriunda do Fundeb que vem para esse fim. Tudo isso é por causa de um decreto de contenção de gastos. Como contenção de gastos? Isso não tem sentido. Ele gasta R$ 10 milhões com comissionados e com isso ele gastaria R$ 4 milhões”, concluiu. 
 
O GuarulhosWeb tentou falar com o Professor Jesus, mas ele não atendeu as ligações. 
 

Posso ajudar?