Em dia de definição da taxa Ptax do fim de maio, o dólar mostra volatilidade entre margens estreitas. Perdeu força e testou viés de baixa a R$ 4,7520, após subir mais cedo à máxima a R$ 4,7780 (+0,51%).
Nesta terça-feira, 31, foi revelado que a inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro renovou nível recorde ao subir 8,1% em maio, superando a previsão de analistas de alta de 7,6%, diante dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia. O indicador pressiona o Banco Central Europeu (BCE) a apertar sua política monetária. Dirigentes do BCE vem defendendo início da alta de juros em julho.
Mas a política monetária do Federal Reserve está mais adiantada no aperto de juros, beneficiando a atratividade do dólar em relação ao euro, que opera em baixa. No Brasil, a perspectiva é de alta de 50 pontos-base da Selic na reunião de junho.
A valorização quase generalizada do dólar no exterior assim como o avanço dos retornos dos Treasuries influenciam os ajustes no câmbio e mercado de juros. Pesa ainda o embargo parcial na União Europeia (UE) às importações de petróleo russo, que deve empurrar a zona do euro a um quadro de recessão no final deste ano e início do próximo, prevê o Rabobank, em relatório.
O banco cortou a projeção para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da região em 2022, de 2,9% a 2,2%, e passou a estimar contração de 0,1% em 2023 (de avanço de 1,5% anteriormente).
Desta vez, o aumento dos preços do petróleo e também do minério de ferro hoje na China apenas ajudam a amenizar a elevação da moeda americana. Um operador afirmou que o encarecimento do petróleo, principalmente, contribui para pressionar os preços nas cadeias produtivas e de logística como um todo, amplificando o impacto inflacionário.
O petróleo avança desde cedo, após saltar aos maiores níveis em dois meses na segunda-feira, 30. Investidores precificam a decisão dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) em torno de um acordo para banir as exportações do petróleo da Rússia para o bloco.
Também está no radar um pacote com 33 medidas para estabilizar a segunda maior economia do planeta, a China, em meio ao cenário de desaceleração induzido pela rígida política de combate a surtos de coronavírus.
Às 9h53 desta terça, o dólar à vista tinha viés de alta de 0,07%, a R$ 4,7570. O dólar para julho ganhava 0,05%, a R$ 4,760.