O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a situação da Argentina durante discurso sobre a situação de refugiados venezuelanos no Brasil. Ele afirmou que o Chile caminha para a mesma direção dos argentinos, que elegeram o peronista Alberto Fernández como presidente no ano passado, e que o Brasil não pode fazer o mesmo. "Nós não podemos deixar o Brasil chegar na situação que a Argentina está", declarou Bolsonaro.
Apesar das críticas, Bolsonaro falou, no mesmo discurso, que "não temos uma briga com a Argentina" e que é possível haver amizades na política internacional.
Bolsonaro também falou que acredita que um oposicionista pode suceder o seu aliado, Sebastian Piñera, no comando do Chile. Piñera passou por dois meses de protestos contra o seu governo no final do ano passado e sua popularidade chegou a 10%. "Um grande e próspero país como o Chile está caminhando para o caos e socialismo", criticou o presidente brasileiro.
Mais cedo, durante uma transmissão ao vivo em redes sociais, Bolsonaro disse que a Argentina tornou-se um "refúgio desse tipo de gente, socialista, que não quer o futuro do seu país, que quer que se exploda seu povo, que usa seu povo como massa de manobra para atingir seu objetivo que é o poder absoluto". O presidente se referia à acolhida oferecida pelos argentinos para o ex-presidente da Bolívia Evo Morales.
Nas duas ocasiões, Bolsonaro reforçou que os Estados Unidos optaram por apoiar o Brasil no processo de entrada do País na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A nova posição americana escanteou a Argentina, antes favorita sobre o Brasil para o ingresso na OCDE.
"A gente torce para que a Argentina dê certo, mas a gente sabe que pelo quadro político que está lá vão ter dificuldades. Fizeram a opção em eleger quem os colocou na situação de desgraça em que se encontram", disse Bolsonaro sobre o vizinho que é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil.
As falas do presidente da República foram feitas em frente a crianças venezuelanas beneficiadas pela Operação Acolhida, ação humanitária das Forças Armadas que acolhe imigrantes venezuelanos nas cidades de Paracaima (RO) e Boa Vista.