O presidente da Síria, Bashar Assad, foi reeleito para um mandato de sete anos com 95,1% dos votos, anunciou nesta quinta-feira, 27, o presidente do Parlamento, após eleições criticadas pela oposição e por países ocidentais. Assad continuará a governar o país árabe por mais sete anos.
Os outros dois candidatos – Abdallah Sallum Abdallah e Mahmoud Marai – tiveram 1,5% e 3,3% dos votos, respectivamente, segundo a mesma fonte.
Em um país assolado desde 2011 pela guerra, 14,1 milhões de cidadãos sírios votaram, do total de 18 milhões que estavam aptos a ir às urnas, o que representa uma taxa de participação de 76,64%.
Foi a segunda votação presidencial no país desde o começo da guerra, que já deixou mais de 388 mil mortos. Em 2014, Assad obteve mais de 88% dos votos, segundo os resultados oficiais.
Os ocidentais afirmam que as eleições não foram nem livres, nem justas, e a oposição as classificou como uma farsa.
A eleição também representa, segundo Robert Ford, que foi embaixador americano na Síria nos primeiros anos da rebelião contra Assad, o fracasso do esforço diplomático apoiado pelos EUA com o objetivo de obter uma transição por meio de um processo de paz organizado pela ONU, em Genebra, que se arrastou por sete anos sem dar nenhum resultado.
Ela ocorre somente na parte do país controlada pelo governo, pois dois terços da Síria continuam fora do controle de Assad. O fornecimento de eletricidade é errático e os estoques de combustível, escassos. Vastas áreas foram destruídas. Mais de 90% da população vive na pobreza, segundo a ONU.
A fome aumenta conforme o colapso da moeda local torna itens básicos mais caros do que a maioria das pessoas comuns consegue pagar. Parece improvável que a eleição alivie de qualquer maneira essa rotina de sofrimento ou dê qualquer nova direção à política do governo.
Assad está no poder desde a morte de seu pai e antecessor no cargo, Hafez Assad, e já esperava vencer confortavelmente seus concorrentes Abdullah, ex-vice-ministro de Assuntos Parlamentares, e Marai, líder da oposição interna tolerada por Damasco. (Com agências internacionais)