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Em encontro no Panamá, SIP debate as mídias digitais

O desafio de tornar rentáveis os novos meios digitais foi o tema principal do primeiro dia da Reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que começou ontem e se estende até terça-feira na Cidade do Panamá. O assunto esteve presente em quatro diferentes debates nos salões do Hotel Hilton Panamá, que trataram de “paywall e outras estratégias”, de “horários e fluxos de trabalho em multimídia” e da “proliferação de audiências”.

Causou polêmica, entre os palestrantes, uma previsão do jornalista Fabrício Altamirano, do Diário de Hoy, de El Salvador. Ele afirmou que os executivos da comunicação “enfrentam hoje uma tarefa de antropólogos”, pois precisam “entender os gostos e comportamentos de suas plateias e descobrir como combiná-los com o produto que têm a oferecer”.

No caso da rentabilidade, Altamirano disse que “o digital tende para os micropagos. O segredo não está em pagar US$ 40 por uma assinatura mensal, mas em oferecer ao leitor a possibilidade de pagar individualmente por cada notícia”.

O encontro, de que participam cerca de 300 profissionais de mais de 20 países do continente, começa sob o impacto de seis mortes de jornalistas nos últimos meses – na Colômbia, no México e em Honduras.

A agenda da assembleia, que vai até terça-feira, incluirá a apresentação de relatórios de todos os associados sobre a liberdade de expressão em seus países. O relatório do Brasil deverá mencionar entre dez e 15 episódios em que jornalistas foram presos ou ameaçados nos últimos seis meses.

No mesmo debate sobre como ganhar dinheiro com mídias digitais, ontem, o jornalista americano David Ho, especialista em mídias do The Wall Street Journal, lembrou que “existem hoje no mundo 7,4 bilhões de dispositivos móveis e ignorar esse dado equivale a uma sentença de morte”. A análise desse cenário incluiu os impactos causados na rotina das redações – por exemplo, no horário de trabalho e na integração, em um único ambiente, de profissionais de diferentes técnicas e rotinas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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