Estadão

Em estreia de turnê solo, Liniker se consagra como uma cantora completa

Antes de se acompanhar o show, a grande questão era: como seria possível levar para o palco um trabalho tão íntimo como o álbum Indigo Borboleta Anil? Lançado em setembro de 2021, é o primeiro trabalho solo da cantora Liniker, sem os Caramelows.

O álbum é um amálgama de vários ritmos que funcionaram de uma forma orgânica na voz suave de Liniker, que aplicou uma intimidade ímpar no álbum. Ouvindo, se tem acesso à memórias da cantora, inclusive os traumas experimentados na infância.

"O desafio é realmente transpor um disco feito tão de dentro para fora e fazer com que ele soe, com que ele dance e que ele seja um show que toque a pessoa na intimidade mesmo. As texturas que a gente traz no álbum foram rearranjadas e ficaram mais potentes para o show. Acredito muito que disco é disco e show é show", afirmou Liniker em entrevista ao <b>Estadão</b>.

E o público que acompanhou o show comprovou isso.

Os ingressos para os três dias de apresentações (22, 23 e 24 de abril) foram concorridos e esgotaram rápido no site e na bilheteria do Sesc Pinheiros. E o lugar logo se revelou pequeno para a vibração do show. Apesar de acomodado em cadeiras, o público conseguiu ficar sentado em poucos momentos, tamanha a energia da cantora e também a toada da banda.

"Olha, apesar de ser um show dançante, leve um lencinho", recomendou a cantora. O que se revelou necessário – em um dos momentos mais pé no chão da apresentação, a cantora foi às lágrimas ao cantar Lalange, música que conta com a participação de Milton Nascimento no álbum. A emoção contagiou os fãs e muitos foram levados ao choro no teatro.

Também houve momentos românticos com Baby 95 e Mel, que propiciou a cantora usar da sua enorme potência vocal para embalar o público. Liniker também separou duas partes da apresentação para cantar suas canções mais famosas, como Doce, e também para apresentar suas influências musicais, ao cantar Azul da Cor do Mar, de Tim Maia.

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