O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assegurou no período da noite da quarta-feira, 13, em evento com empresários na capital paulista, que o governo vai perseguir os compromissos do novo marco fiscal. Diante da necessidade de aprovação pelo Congresso de medidas encaminhadas pelo Executivo para zerar o déficit primário no ano que vem, o ministro deixou claro que, se alguma matéria cair no Legislativo, o governo vai apresentar rápido uma alternativa.
"O que não podemos pensar em fazer é desistir dos nossos objetivos. Se amanhã, uma medida, das dezenas que a gente mandou, sofrer um revés, temos de imediatamente substituir por outra", declarou Haddad ao participar da cerimônia de uma premiação concedida a empresas pela revista <i>Exame</i>. "Vamos acertando isso, o que for necessário fazer, para arrumar a casa. Temos de fazer o que for necessário, não podemos cansar. E como ninguém da minha equipe está muito cansado, estou confiante de que vai dar certo", complementou Haddad durante o evento, em que foi entrevistado pelo ex-secretário do Tesouro e atual economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida.
A meta, prevista no orçamento do ano que vem, de zerar o déficit das contas primárias depende de R$ 168 bilhões em receitas adicionais.
As medidas propostas pelo governo para chegar a esse valor incluem a tributação de fundos exclusivos e offshore, proposta que enfrenta resistência de investidores.
O ministro reconheceu que o Congresso, a quem caberá fazer a mediação, tem se mostrado sensível a argumentos, quando bem fundamentados.
No evento da <i>Exame</i>, Haddad apontou ainda a vigilância sobre a qualidade e retorno dos gastos públicos como o caminho de a disciplina fiscal se tornar algo natural no País.