Estadão

Em filiação ao PL, Flávia Arruda minimiza "ciúmes" de demais partidos do centrão

A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, minimizou na manhã deste sábado, d12, as críticas de políticos do chamado centrão ao suposto excesso de filiações de aliados do presidente Jair Bolsonaro ao PL, sigla na qual o presidente entrou em novembro passado. Segundo a ministra, que também é do PL, é "natural" que mais políticos decidam ir para o mesmo partido de Bolsonaro.

Ela ponderou que outros partidos do centrão também estão recebendo adesões. "Está tendo muita
filiação nos outros partidos também. O próprio ministro Ciro (Nogueira, ministro da Casa Civil) tem viajado muito com as filiações (ao Progressistas) nos Estados. O Republicanos também (está recebendo filiações)", disse Flávia Arruda.

A declaração de Flávia Arruda foi feita na chegada de um evento de filiação de deputados federais e candidatos ao PL, na sede do partido em Brasília. Jair Bolsonaro e outras autoridades do governo também estão presentes no encontro, que é fechado à imprensa.

Segundo participantes, Bolsonaro não discursou na reunião, e se limitou a assinar as fichas de filiação de deputados federais que aproveitaram a janela partidária para migrar para o PL. O presidente da República acessou o prédio pela garagem, sem falar com a imprensa.

A ministra também negou rumores de que Bolsonaro esteja tentando trazer para o PL o ministro da Cidadania, João Roma, hoje filiado ao Republicanos. Nos últimos dias, o ministro tem sinalizado que pode ir para o PL para disputar o governo do Estado da Bahia.

"Isso filiação de Roma ao PL eu não sei ainda. Isso é uma política muito voltada para a Bahia. Ele (Roma) está lá agora fazendo as entregas e a política local. Então é uma decisão muito, mesmo, do ministro João Roma", disse ela.

Nos últimos dias, políticos do centrão têm expressado preocupação com um suposto "excesso" de filiações de aliados de Bolsonaro ao PL – o presidente nacional do Republicanos, o deputado Marcos Pereira (SP), disse a jornalistas que Bolsonaro "só atrapalhou" o crescimento do partido durante a chamada janela partidária.

A janela é o período entre 3 de março e 1º de abril no qual os deputados federais podem mudar de partido sem perder o mandato por infidelidade partidária. Procurado pelo <b>Estadão/Broadcast</b>, Pereira não quis comentar as declarações de Flávia Arruda. "Sem comentários", disse.

O evento deste sábado acontece na sede do PL em Brasília, no centro de convenções Brasil 21. Além do presidente da República e de Flávia Arruda, também estão presentes o secretário especial de Cultura, Mário Frias; o advogado Frederick Wasseff, que representa Bolsonaro em processos na Justiça; e os deputados Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ); Giovani Cherini (PL-RS) e Nelson Barbudo (PSL-MT), entre outros.

Barbudo aproveitou a janela e se filiou na manhã deste sábado ao PL. "Eu sempre disse ao Mato Grosso que iria apoiar o governo Bolsonaro no Congresso. Estou indo para o partido que ele foi também. Simples assim", disse. Sóstenes Cavalcante também se filiou ao PL. "Assinado hoje", disse. "Com o presidente Jair Bolsonaro abonando a minha ficha". Outros deputados que migraram também tiveram as fichas assinadas pelo presidente da República.

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