É fato que a verticalização de São Paulo cria problemas ambientais, mas ela também carrega uma bagagem arquitetônica invejável. Suas esquinas reúnem uma linha do tempo de estilos, com influências de estrangeiros como Frank Loyd Wright, Mies van der Rohe e Le Corbusier, além de marcas de artistas locais, como Paulo Mendes da Rocha, Oscar Niemeyer, Lina Bo Bardi e Vilanova Artigas.
Isso motivou o arquiteto André Scarpa a criar, em 2013, passeios pela cidade inspirados em seus edifícios. "Comecei a fotografar prédios que eu gostava aqui em São Paulo. Depois, ia pesquisar quem eram os seus autores", afirma. Em 2018, a empresa Superbacana + investiu na ideia e passou a promover passeios personalizados para grupos de amigos ou empresas, com o respaldo de Scarpa. Isso era feito sem periodicidade específica e a partir de mobilização privada de universidades, instituições culturais, empresas, entre outros.
Agora, o Shopping Pátio Higienópolis criou um roteiro em parceria com Scarpa. O projeto Pátio Arq Tour mostrará o surgimento da arquitetura moderna em Higienópolis e a qualidade de seus autores.
O bairro da região central começou a ser planejado no século 19, pelos empresários Martinho Bouchard e Victor Nothmann, e se tornou um dos primeiros de São Paulo a ter saneamento básico e infraestrutura moderna. O passeio Pátio Arq Tour será realizado mensalmente e percorrerá a história de 12 edifícios que representam diferentes movimentos da arquitetura brasileira. É gratuito e limitado a 12 participantes por vez.
A inscrição prévia obrigatória é feita pelo app Iguatemi One (iOS e Android). Basta se cadastrar, selecionar o Pátio Higienópolis como localização e colocar pontos recolhidos no shopping – segundo os criadores, um café basta para chegar à categoria Silver, que possibilita resgatar benefícios como o passeio. A opção do Patio Arq fica disponível poucos dias antes do tour. As próximas datas serão 14 de outubro e 25 de novembro.
<b>ROTEIRO.</b> O passeio começa na Casa Higienópolis, o antigo Palacete Nhonhô Magalhães, recentemente restaurado. É o primeiro dos dois edifícios do tour que são conhecidos por dentro. De lá, o grupo segue a pé para os Edifícios Bahia Mar, do arquiteto Francisco Beck; Arabá e Arper, ambos de David Libeskind (mesmo arquiteto do Conjunto Nacional) e para o Edifício Louveira (de Vilanova Artigas). Para ouvir cada detalhe da explicação de Scarpa, os participantes utilizam fone de ouvidos, sintonizados com a sua fala.
Do Louveira, o passeio segue para os Edifícios Helenita (de Jorge Zalszupin), Pacaembu (do escritório Botti e Rubin), Chopin (Luciano Korngold), Celina (Jayme Fonseca Rodrigues), Siena Amalfi Ravena (de Guido Gregorini) e, por fim, o Bretagne (Artacho Jurado), onde o público também entra. Um dos pontos centrais, aliás, é a visita à cobertura.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>