Em jantar, líderes da UE tentam superar impasse sobre pacote

Os líderes da União Europeia permanecem divididos pelo terceiro dia neste domingo quanto ao pacote orçamentário sem precedentes, de 1,85 trilhão de euros, e o fundo de recuperação ante a crise do coronavírus. A chanceler alemã, Angela Merkel, alertou que é possível que não se chegue a um entendimento, apesar da urgência imposta pela pandemia. O primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, disse que, em sete anos de experiência em reuniões europeias, nunca viu "posições tão diametricamente opostas" entre os participantes.

Mesmo com a poderosa aliança franco-alemã em operação no atual encontro, não se conseguiu alinhar até agora os 27 países do bloco. "Se haverá acordo, ainda não posso dizer", disse Merkel logo cedo, neste dia extra de negociações.

A disparidade de posições fez com que a retomada das conversas dos 27 líderes fosse atrasada por algumas horas para que uma solução de compromisso fosse trabalhada em grupos menores. Neste início de noite, os líderes estão reunidos para um jantar em que devem avaliar a proposta de cinco países ricos, do norte europeu, de um fundo de 350 milhões de euros, com o mesmo valor a ser concedido por meio de empréstimos. Os cinco países do norte, apelidados de "frugais" – Holanda, Áustria, Finlândia, Suécia e Dinamarca – vinham se opondo a qualquer concessão orçamentária.

Na madrugada de hoje, Merkel e o presidente da França, Emmanuel Macron, abandonaram as conversas, acaloradas, alegando que os chamados "frugais" não tinham compromisso com a causa em comum. "Eles saíram de mau humor", disse o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte.

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