O Ibovespa iniciou os negócios em queda, contaminado pelo ambiente desfavorável a ativos de risco no exterior e a ausência de novidades positivas no noticiário doméstico na manhã desta sexta-feira, 28. A taxa brasileira de 13% de desocupação não surpreendeu. Mesmo vindo abaixo do esperado, o dado não fomenta uma percepção de retomada mais rápida da economia brasileira, que contabiliza 13,486 milhões de desempregados no segundo trimestre.
O PIB americano no segundo trimestre também veio abaixo da estimativa, o que contribui para o enfraquecimento do dólar ante várias moedas. Mesmo sendo uma taxa relevante (2,6%) para uma economia desenvolvida, o dado do crescimento do PIB americano pode, indiretamente, prejudicar ainda mais o desempenho de ações nas bolsas americanas, sobretudo o setor de tecnologia.
Como explica o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo, o PIB abaixo do esperado enfraquece o dólar, e dólar fraco é ruim para as empresas americanas de tecnologia, visto que muitas têm boa parte do faturamento fora dos EUA.
Depois da divulgação do dado americano, o dólar passou a cair ante o real e assim permanece. A cotação segue muito próxima do fechamento de quinta-feira (27) nos mercados à vista e futuro, onde a moeda abriu com sinal positivo.
O petróleo em alta moderada desde a abertura não influencia os papéis da Petrobras, que caem desde a abertura. Já a Vale tem sinais mistos entre a ON e PNA, a despeito da franca queda de 2,09% no preço do minério de ferro no mercado à vista (porto de Qingdao).
Às 10h23 desta sexta, o Ibovespa caía 0,17% aos 65.163,84 pontos. Na mínima, marcara 64.986 pontos em queda de 0,45%. Pela análise gráfica, o suporte mais próximo está na faixa dos 64.600 pontos. “Esse é o ponto-chave. Se o Ibovespa romper esse suporte, as perdas podem ser maiores”, afirmou Figueredo.