Estadão

Em livro, Hartung aponta agenda para o Brasil

As discussões que envolvem a disputa presidencial de 2022 convergem mais para os nomes que vão integrar as futuras chapas do que para as propostas de um governo que terá o desafio de tirar o Brasil de uma situação de grave recessão e crise social. Escrito por quem está dentro das articulações políticas e debates da elite econômica do País, o livro Brasil: Desafios e Propósitos, do ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung, é parte de um esforço para se criar uma agenda de discussão dos problemas nacionais, com destaque para a chamada economia verde.

Economista por formação e político por dedicação, Hartung coleciona oito mandatos na vida pública. Integrante da reorganização do movimento estudantil, na época militante do PCB, transitou do MDB para o PSDB, que ajudou a fundar no início de sua trajetória, que inclui três mandatos no governo capixaba (2003-2010 e 2015-2018), além de passagens pela Assembleia Legislativa do Estado, Congresso e prefeitura de Vitória. Saiu de seu último cargo público agraciado com a nota máxima na avaliação da capacidade de pagamento do Estado, conforme o Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais de 2018.

Atualmente sem partido, ele preside a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação responsável por representar a cadeia produtiva de árvores plantadas, cujo cultivo resulta em produtos como celulose, papel e biomassa. Com essa experiência, Hartung destaca no livro a necessidade de a agenda econômica dar ênfase a investimentos em energia renovável. "O País é líder nessas tecnologias e já estamos indo além, desenvolvendo biocombustíveis produzidos a partir de biomassa renovável, com grande potencial para substituir boa parcela de derivados de petróleo. O Brasil, com ativos incomparáveis e experiências exitosas, tem plenas condições de estar na vanguarda desse movimento pró-economia verde, que é planetário e só se fortalecerá no pós-pandemia."

<b>Artigos</b>

No formato e-book, o livro traz uma coletânea de artigos publicados na imprensa, principalmente textos escritos como articulista do Estadão. Além de temas como economia verde e descarbonização, o ex-governador se dedica a reflexões sobre educação e desigualdade social. Um dos artigos trata da urgência da "refundação" do País, um paradigma para debater a redução de históricas carências sociais.

"Muito mais do que a esperada e desejada redução e racionalização dos gastos públicos, a prioridade é a busca da eficiência e da qualidade na prestação de serviços, além dos necessários ganhos de produtividade, que são precondição para a retomada do crescimento sustentável e da geração de emprego e renda", defendeu.

<b>Novo início</b>

No debate sobre 2022, Hartung se firma como um defensor de um próximo governo de transição, sem reeleição. Ao introduzir na obra a ideia de um "novo início nacional" para a política, Hartung destaca que "o fim mais elevado destes tempos é a construção de um Brasil efetivamente democrático, social e economicamente inclusivo, que faça jus à sua pluralidade e ao seu vigor cultural, à sua capacidade ímpar de gerar riquezas".

O ex-governador também critica o "déficit de lideranças políticas que vem assolando o País". "Há um vácuo crescente de líderes que pensem, formulem e inspirem a modernização do Brasil em termos contemporâneos nos aspectos políticos, econômicos e socioculturais", disse ele. "A liderança é o oposto do voluntarismo", observou o ex-governador capixaba. "Um líder genuíno é aquele que se faz compreender pela sociedade."
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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