Em mais um dia de realização de ganhos, desta vez, alinhada à direção do mercado acionário em Wall Street, o Ibovespa fechou em queda de 0,84%, aos 78.200,57 pontos, nesta quarta-feira, 10. O movimento de correção, que manteve o índice em terreno negativo durante toda a sessão, aconteceu em um dia no qual o volume chegou a R$ 7,86 bilhões, aproximadamente 20% da média dos últimos três meses.
Diferentemente do que vinha ocorrendo nos primeiros pregões de 2018, quando as ordens de compra dos investidores não-residentes praticamente carregaram o índice aos 11 pregões seguidos de valorização, agora, com apetite menor, ajudam na correção se desfazendo de suas blue chips, segundo avaliação de um operador.
Em um dia de agenda esvaziada, analistas chamam a atenção para a surpresa com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, que veio mais forte do que as projeções mais pessimistas, com seus reflexos negativos sobre as ações do setor varejista, além da clara inclinação da curva de juros no mercado de renda fixa.
“O mercado, que estava apostando em mais quedas na Selic, além da estimada para o próximo mês, colocou um pouco o pé no freio. Isso pode estar contribuindo para queda do Ibovespa hoje”, disse um analista.
Felipe Vilegas, analista da Genial Investimentos, também ressalta que pesaram sobre o índice nesta quarta a forte desvalorização de blue chips como as da Petrobras, da Vale e do Bradesco.
O recuo dos papéis da petroleira nacional ocorreu na contramão das cotações dos contratos futuros de petróleo, que encontraram espaço de alta ante o enfraquecimento global do dólar. Foi uma correção forte com as ações ON e PN encerrando a sessão em queda de 1,88% e de 1,35%, respectivamente.
A Vale ON também encontrou espaço para a realização e fechou em baixa de 1,39%, a R$ 42,47. Entre as blue chips dos bancos, Bradesco PN apresentou o maior recuo, de 1,05%, a R$ 34,80.