Estadão

Em Manaus, Brasil tem apoio da torcida para resgatar bom futebol contra o Uruguai

Muito perto da classificação para a Copa do Mundo do Catar e líder com folga das Eliminatórias Sul-Americanas, a seleção brasileira encerra neste quinta-feira, às 21h30 (de Brasília), contra o Uruguai, a rodada tripla de outubro. Os resultados são bons, mas o futebol apresentado recentemente não agrada. Por isso, o objetivo principal é fazer uma boa apresentação na Arena da Amazônia, em Manaus, onde cerca de 14 mil torcedores poderão assistir ao time de Tite. Será a primeira partida do Brasil com público no País desde o início da pandemia do novo coronavírus.

Os 10 mil ingressos colocados à venda pela CBF – com valores de R$125 a R$ 500 – para o confronto foram esgotados em menos de dois dias. No total, incluindo convidados, 14 mil pessoas vão ver de perto o duelo na capital amazonense. Com o objetivo de estimular a vacinação no Estado, o governo do Amazonas sorteou 3 mil entradas entre as pessoas que já tomaram as duas doses da vacina contra a covid-19.

"O calor da torcida brasileira é único. Espero que o ambiente no jogo de Manaus seja excelente, com duas das maiores seleções do mundo em campo. Vamos jogar em casa, então temos obrigação de propor. Queremos fazer de tudo para disputar uma excelente partida e merecer vencer", disse o volante Fabinho, titular no meio de campo na ausência de Casemiro.

O técnico Tite guarda boas recordações de Manaus. Foi na capital amazonense que o treinador fez seu primeiro jogo no comando da seleção em solo brasileiro. Naquela ocasião, em setembro de 2016, o Brasil venceu a Colômbia por 2 a 1, com gols de Miranda e Neymar.

Construída para a Copa do Mundo de 2014 e, desde então, pouco utilizada, a Arena da Amazônia apresentava problemas de estrutura. Os reparos foram feitos e o estádio voltará a ser palco de um jogo da seleção. Os torcedores esperam ver uma vitória dos comandados de Tite, mas, sobretudo, uma atuação com mais brilho. O time soma 28 pontos e está invicto nas Eliminatórias após dez jogos.

"Temos sido criticados pela forma que jogamos. O momento não é dos melhores, apesar dos resultados positivos", reconheceu o zagueiro Thiago Silva. Um dos líderes do elenco, ele completou 100 jogos pela seleção diante da Colômbia. O veterano entende que o ciclo para o Catar está sendo bem feito, apesar de algumas exibições ruins. Nem Neymar tem escapado das críticas.

"Embora não tenhamos jogado super bem, estamos no caminho das vitórias. Os tropeços nos dão forças. Faz com que criemos uma casca mais forte. Estamos passando por essas etapas e vamos chegar firmes e fortes no Catar".

Tite sinalizou mudanças na defesa e no ataque. A posição confortável na tabela permite que o treinador faça algumas alterações antes e durante as partidas para testar os atletas que quer ver em ação. Raphinha, elogiado por ter melhorado a produção ofensiva do time nos últimos dois jogos ao sair do banco de reservas, deve ganhar a primeira chance entre os titulares. A tendência é de que o atacante do Leeds ocupe o lugar de Gabriel Barbosa, formando um trio ofensivo com Neymar e Gabriel Jesus.

No gol, Ederson treinou como titular e deve começar jogando após Alisson ser o escolhido nos dois jogos anteriores. Tite indicou que usará Emerson no lugar de Danilo na lateral-direita e a zaga será formada por Thiago Silva e Lucas Veríssimo. Marquinhos, dessa forma, ganha um descanso.

O Uruguai convive com críticas depois de ser atropelado pela Argentina e levar 3 a 0 no clássico disputado no último domingo. Atualmente no quarto lugar na classificatória para o Mundial de 2022, com 16 pontos, a seleção celeste não tem sido mais combativa como outrora e seus craques amargam um jejum de gols.

Luis Suárez e Edinson Cavani não balançam as redes no torneio sul-americano desde novembro do ano passado. São oito jogos sem marcar, o que desencadeou contestações. Cavani foi reserva diante da Argentina, mas deve voltar a ser titular contra o Brasil. O experiente Óscar Tabárez prepara outras mudanças.

O zagueiro Ronald Araujo se lesionou e é desfalque, bem como o flamenguista Arrascaeta, que sofreu uma lesão muscular diante da Colômbia. Matías Viña e Brian Rodríguez devem deixar a equipe. É provável que o palmeirense Joaquín Piquerez seja titular.

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