A Nigéria prorrogou as eleições gerais até amanhã por causa de problemas técnicos em algumas sessões. A extensão do pleito ocorre em meio a uma nova onda de ataques do grupo terrorista Boko Haram no nordeste do país, que teriam deixado ao menos 39 mortos.
Quase 60 milhões de pessoas têm direito de votar no país e pela primeira vez há a possibilidade de um oposicionista derrotar o governo. Catorze candidatos concorrem à presidência, entre os quais o atual líder do país, Goodluck Jonathan, e o ex-ditador Muhammadu Buhari.
Os nigerianos também irão eleger 360 deputados para a Assembleia da República, onde a oposição tem atualmente uma ligeira vantagem sobre o partido de Jonathan.
A votação continuará no domingo em algumas áreas onde não foi possível fazer a leitura biométrica dos eleitores, disse o porta-voz da Comissão Eleitoral Independente, Kayode Idowu. A extensão do pleito inclui algumas regiões de Lagos, megalópole de 20 milhões de habitantes na costa atlântica do país.
Por causa de blecautes de rotina, a contagem dos votos nos locais em que o pleito já foi encerrado é feita com a ajuda de faróis de carros.
Mais cedo, extremistas do Boko Haram desfilaram com armas em povoados do nordeste do país e forçaram os eleitores a abandonar as sessões de votação.
Testemunhas e oficiais disseram que radicais islâmicos incendiaram casas e mataram ao menos 25 pessoas na cidade de Miringa durante a madrugada de sábado. Nas cidade de Biri e Dukku outras 14 pessoas morreram em ataques durante a tarde, incluindo um legislador do estado de Gombe, identificado como Umaru Ali.
Todos os ataques ocorreram em uma região que estaria livre dos terroristas em grandes centros urbanos, segundo declarações de autoridades militares feitas nesta sexta-feira.
Outros ataques foram registrados durante o dia no país, mas sem vítimas.
Os militantes já haviam prometido impedir a todo custo o pleito, pois consideram a democracia um conceito ocidental corrupto. Fonte: Associated Press.