Estadão

Em meio a impasse, Josué Gomes preside reunião na Fiesp

Em meio a um impasse sobre quem preside a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o empresário José Gomes comandou nesta segunda-feira, 23, reunião em que fez uma espécie de autocrítica da sua gestão, segundo relato de alguns participantes. Nomeado pelos opositores na sexta-feira, 20, para presidir a entidade, Elias Miguel Haddad não compareceu à sede da Fiesp, na Avenida Paulista.

O encontro foi convocado por Josué com o objetivo de discutir a criação de um comitê de governança dentro da Fiesp. Representantes da oposição (que votaram contra as explicações do executivo na semana passada) participaram da reunião. Cerca de 40 entidades estavam no encontro.

Um dos pontos discutidos foi a necessidade de se aumentar a participação de integrantes de sindicatos dentro do conselho da Fiesp. "Há problemas que precisam ser superados. Temos de estar juntos de novo, porque não podemos ter essa cisão", afirma Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

Um dos principais oposicionistas a Josué é Paulo Skaf, que comandou a instituição por 18 anos e patrocinou a candidatura do executivo. Os dois romperam em agosto do ano passado com o manifesto em favor da democracia divulgado nos principais jornais do País. Uma parte da entidade avaliou que a carta tinha como objetivo atingir Jair Bolsonaro, então candidato à reeleição. Josué é visto como um nome próximo de Lula, enquanto Skaf sempre apoiou Bolsonaro.

Na sexta-feira, Miguel Haddad enviou um e-mail para diretores, conselheiros e presidentes de sindicatos informando que assumiria o comando da entidade de forma interina no lugar de Josué Gomes. Em nota, o executivo rebateu seus opositores e disse que permaneceria no cargo.

Ao longo dos últimos dias, Josué tem recebido apoios de diferentes setores para permanecer no cargo. Ontem, foi a vez do presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Robson Braga de Andrade.

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