Uma estimativa da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social aponta que aproximadamente 300 pessoas estejam hoje em situação de rua em Guarulhos. Durante a pandemia, iniciada em março de 2020, o estudo aponta que houve o crescimento de 15% dessa população. Ou seja, as vias da cidade receberam, em menos de um ano, cerca de 45 novos ‘moradores’.
A estimativa é feita através dos atendimentos realizados principalmente pelas equipes do Serviço de Abordagem Social (SEAS), Centro Pop (Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua) e SE-POP (Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua), que chegam a atender as mesmas pessoas várias vezes no mesmo mês, por exemplo. Segundo a Prefeitura, há ainda uma parcela significativa que percorre várias vias da cidade, mudando de local e de cidade com frequência.
Ao longo de 2020, o Seas realizou 5.833 atendimentos, dos quais 61 retornaram ao município de origem, serviço conhecido como recâmbio. Ao todo, 487 atendimentos de demandas encaminhadas pelos Conselhos de Direito, Consultório de Rua e denúncias. Outros 825 atendimentos foram produto de ações de busca ativa, as quais resultaram em aceitação para o acolhimento institucional.
A Prefeitura oferta três Serviços de Acolhimento Institucional Masculinos, localizados no Taboão, Bambi e Centro. Somadas, as casas realizaram 3.432 acolhimentos em 2020. Os equipamentos femininos, na região da Vila Carmela, fizeram 660 no mesmo período. A Assistência Social garante que suas equipes percorrem duas vezes por dia os locais onde há concentração de pessoas, oferecendo acolhimento.
Não existe acolhimento obrigatório
É importante ressaltar que não existe o acolhimento obrigatório, somente em caso de intervenção judicial. Nenhum órgão, público ou privado, pode exigir que uma pessoa em situação de rua seja acolhida. O GuarulhosWeb mostrou neste mês o caso do Guanair, um homem que não tem documentos e mora dentro de uma van, estacionada na Vila Galvão. Sem poder se locomover, o homem sobrevive de doações de comerciantes da região. Apesar da situação precária, ele não aceita acolhimento.
Os munícipes podem acionar a administração e denunciar casos de pessoas em situação de vulnerabilidade. O telefone é o 2536-4110.