O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que os brasileiros possuem "profundo orgulho do legado" deixado pelo PT. A declaração foi dada em vídeo exibido durante cerimônia comemorativa dos 42 anos da sigla, completados nesta quinta-feira, 10, e é mais uma sinalização da aproximação entre os dois partidos, que pode culminar no apoio do PSD à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já no primeiro turno das eleições deste ano.
"Poucos partidos têm tanta história no mundo. Todos nós brasileiros temos um profundo orgulho do legado que o PT já nos deixou. Que esses 42 anos sirvam de inspiração para que o PT possa continuar construindo boas políticas públicas para o Brasil, para que todos nós possamos continuar acreditando que o País pode ter um futuro melhor", afirmou o também ex-prefeito de São Paulo, em tom elogioso. Além dele, apenas Carlos Siqueira e Luciana Santos, presidentes nacionais de PSB e PCdoB, respectivamente, tiveram vídeos exibidos no evento.
Lula empreende uma ofensiva para conseguir o apoio do PSD à sua candidatura, algo que parece surtir efeito. Até então refratário a uma aliança com o petista em primeiro turno, Kassab afirmou nesta quarta, 9, que isso "não é impossível", o que indica flexibilização no discurso.
"Nós temos alguns companheiros que são aliados do PT", disse Kassab nesta quarta-feira, 9. "Em respeito a esses companheiros, eu não posso dizer que é impossível que a gente tenha uma aliança no primeiro turno." O ex-presidente e Kassab tiveram encontro na segunda, 7, e, apesar de dizer que a conversa não envolveu uma possível aliança eleitoral, o ex-prefeito intensificou os acenos ao PT desde então.
Uma possibilidade não descartada é a de que o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, seja filiado ao partido para ser vice de Lula. Apesar da aproximação, Kassab tem sustentado que a sigla terá candidato próprio à Presidência. A principal opção da legenda é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), mas, diante da resistência dele em concorrer, o nome do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), passou a ser aventado.