Em nota, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que está absolutamente sereno e refutou “as ilações” das denúncias apresentadas na tarde desta quinta, 20, pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Dizendo-se inocente e aliviado por já ter o assunto aos cuidados do Judiciário, Cunha afirma que foi escolhido para ser investigado e para ser denunciado. “Não participei e não participo de qualquer acordão e certamente com o desenrolar assistiremos à comprovação da atuação do governo, que já se propôs à recondução do procurador (Rodrigo Janot), na tentativa de calar e retalhar a minha atuação política.”
No documento, Cunha diz respeitar o Ministério Público Federal, mas destacou que não se pode confundir trabalho sério com “trabalho de exceção”. Para o peemedebista, soa estranho a denúncia ser divulgada às vésperas de protestos organizados pelo PT, cujo objetivo, segundo ele, é de atacá-lo. “Também é muito estranho não ter nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado”, completou.
Cunha, que segue em seu gabinete recebendo parlamentares aliados, diz na nota que a série de escândalos envolvendo a Petrobras foi patrocinada pelo PT e por seu governo. E que não seria possível “retirar do colo deles e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT” as denúncias.
“Estou com a consciência tranquila e continuarei realizando meu trabalho como presidente da Câmara dos Deputados, com a mesma lisura e independência que sempre nortearam os meus atos, dentro do meu compromisso de campanha de ter uma Câmara independente”, enfatizou.
No final da nota, o peemedebista lembra que foi denunciado em 2013 pelo MPF e que, na ocasião, a denúncia foi aceita pelo pleno do STF, mas no ano passado ele foi absolvido por unanimidade. Ele prega, ainda, a necessidade de respeito ao princípio da presunção da inocência. “Registro ainda que confio plenamente na isenção e imparcialidade do STF para conter esta tentativa de injustiça.” finaliza.
Pressão
Mais cedo, parlamentares que fazem oposição a Cunha divulgaram manifesto pedindo o seu afastamento imediato do cargo. A intenção do grupo (que hoje gira em torno de 40 deputados e espera-se que envolva 100) é entrar com representação contra ele no Conselho de Ética se a denúncia for acatada pelo STF e ele se transformar em réu. Em outra frente, os deputados pretendem pressionar a cúpula da CPI da Petrobras para que o peemedebista deponha na comissão.