Quem já trabalhou com este colunista sabe que não gosto quando o jornalista se torna notícia. Porém, hoje, abro uma exceção, para tratar de um assunto em primeira pessoa. Na terça-feira, fui alvo de ataques, por meio de uma ilustração que me associou à figura de um líder nazista. O autor faz parte do grupo político do deputado federal Eli Corrêa Filho, pré-candidato a prefeito do DEM. Não creio, entretanto, que o comando da pré-campanha ou o PMDB, partido ao qual o autor está alojado, comunguem com essas ideias ou tenham qualquer responsabilidade por tamanha insanidade.
Aos fatos
O autor, de acordo com uma das mensagens postadas abertamente e em grupos fechados do Facebook, não estaria concordando com as notas publicadas tanto na Folha Metropolitana como no GuarulhosWeb. Em vez de contestá-las pelo debate de ideias ou com fatos, o sujeito preferiu o pior caminho, talvez levado pela falsa impressão que as redes sociais são terra de ninguém. Não são. Tanto quem postou, como quem compartilhou ou fez comentários pejorativos, concordando e difundindo o teor, via Facebook ou Whatsapp, está sujeito a se explicar juridicamente pelo ato. E assim será feito.
Liberdade e responsabilidade
Não é a primeira vez que profissionais de imprensa se tornam alvo de gente desqualificada, que tenta – de forma vil – intimida-los. No entanto, a liberdade de expressão, uma das maiores conquistas da democracia, deve ser permeada pela responsabilidade. Quem fala ou escreve o que quer deve responder por seus atos. Lamentavelmente, isso se torna frequente em períodos eleitorais, quando grupos que funcionam como verdadeiras torcidas organizadas perdem a noção da realidade e do bom senso. Em vez de debates em alto nível, preferem a ira – que parte de um grupo facilmente identificável –, numa evidente tentativa de cercear a liberdade de imprensa.
Clima hostil
A campanha eleitoral não começou ainda, porém, pelas ações ocorridas nas duas últimas semanas, já é possível perceber que um clima de guerra se instala no ambiente político guarulhense. Isso não é bom para ninguém. Seria importante que partidos, pré-candidatos, assessores e demais entes envolvidos no processo, inclusive a imprensa, aproveitasse esse momento para uma reflexão. Se não é possível esperar um jogo limpo que, pelo menos, ele se desenrole em níveis aceitáveis da decência.
A teoria na prática
Também na terça-feira, quando o pré-candidato Guti (PSB) perdeu uma ação que corre na Justiça, onde ele tem direito a recurso, houve mais uma demonstração da ira e do desrespeito do jogo político partidário. Alguns adversários – não todos, que se frise – passaram a ataques sem qualquer fundo de verdade contra o vereador que, por decisão do TRE, teve o mandato cassado pelo fato de ter mudado de partido. A decisão da Justiça não o tira da disputa eleitoral, como muitos quiseram fazer parecer e propagaram com certa dose de ódio, algo que não deveria caber em uma sociedade que se diz democrática.