Estadão

Em prova marcada pela superação, Michel Macedo representa Brasil no esqui alpino

Superação é a palavra que define a participação de Michel Macedo em Pequim-2022. Surpreendido por um teste positivo para a covid-19 na chegada à capital chinesa, o cearense de 23 anos ficou isolado por uma semana, até que conseguiu o tão esperado teste negativo na véspera da competição e poder marcar seu nome novamente na lista de atletas olímpicos ao participar da prova de slalom, do esqui alpino, nesta quarta-feira. Na primeira descida, Michel marcou 59,88, ficando na 37.ª colocação entre 88 competidores. Na segunda, cometeu um erro e não conseguiu terminar. Mas a presença dele entre os 88 atletas da disputa já é motivo de comemoração.

"Obviamente, fiquei desapontado com o resultado da segunda corrida, errei e não consegui terminar, mas no geral estou feliz de ter conseguido a oportunidade de competir depois dessa confusão toda por conta da covid. É tirar o que eu posso dessa prova, pensar positivo, sabendo que posso esquiar bem e olhar pra frente", disse Michel.

"Na segunda descida, eu larguei e não consegui entrar no meu ritmo. Na terceira porta meu esqui derrapou no gelo e não consegui fazer a quarta porta. Tive que sair da pista e foi bem desapontador. Estava mais confiante do que na primeira, em que fui mais conservador para poder garantir a segunda descida, ia me soltar um pouco mais, mas é assim que acontece nesse esporte", comentou.

A competição foi realizada no Centro Nacional de Esqui Alpino, situado na área montanhosa de Xiaohaituo, no noroeste de Yanqing. Quase 50% dos atletas (43 de 88) não concluíram as duas descidas. Essa não foi a primeira vez que Michel sofreu um revés em Jogos Olímpicos e conseguiu se recuperar a tempo de carimbar sua participação. Em Pyeongchang-2018, ele sofreu uma lesão em um treinamento na véspera da competição, já na Coreia do Sul, perdeu a prova do slalom super gigante, mas largou em a de slalom e slalom gigante, se tornando oficialmente atleta olímpico.

"Eu acho que as minhas duas últimas participações foram difíceis, com lesão em Pyeongchang e com covid aqui. Vou continuar ralando por pelo menos mais uma temporada, tentando evoluir meu nível de esqui e analisar de um ano para o outro. Se eu estiver vendo uma progressão boa, vou tentar ir pra Milão também. Tenho bastante trabalho para fazer, vou me dedicar muito e, se conseguir me classificar, quero ir pra brigar por uma boa classificação", contou.

Michel vive há duas décadas nos Estados Unidos, onde cursa a faculdade de economia. Para o futuro próximo, pretende continuar defendendo o Middlebury College. "Tenho muitas competições nessa temporada. Vou voltar pros Estados Unidos e continuar disputando as competições do Circuito Universitário e, talvez, participar do Campeonato Nacional dos Estados Unidos. Tentar baixar meus pontos FIS e me posicionar o melhor possível no ranking para a temporada que vem", completou.

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