Em reunião na manhã desta quinta-feira, 29, com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, deputados da Comissão de Finanças Tributação da Câmara questionaram a política monetária comandada pela instituição. No encontro, Tombini apresentou explicações técnicas, sem sair do roteiro do que já havia dito em reuniões abertas no Congresso e no evento do Fundo Monetário Internacional, em Lima, neste mês.
Entre as críticas apresentadas estava o patamar da taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano, considerado alto pelos parlamentares em um cenário de crise econômica e demanda em queda. De acordo com Alfredo Kaefer (PSDB-PR), Tombini justificou que o quadro inflacionário poderia estar pior se as taxas não estivessem onde estão.
“Se o BC estivesse certo, não estaríamos com essa taxa de inflação de quase 10%”, criticou o parlamentar. Segundo o deputado, o presidente do BC também afirmou que a política monetária dará maiores resultados quando a política fiscal alcançar êxito.
Kaefer ressaltou que Tombini se limitou a apresentar dados que já são públicos, tanto de cenário econômico quanto de expectativas para taxas de juros, câmbio e inflação.
Também presente na reunião, Jerônimo Georgen (PP-RS), que solicitou o encontro, fez questionamentos sobre as reservas internacionais do Brasil, hoje em US$ 371 bilhões. Para o deputado, o País deveria usar esses recursos para “quitar” o déficit fiscal. Segundo ele, Tombini afirmou que o banco descarta essa possibilidade. “Ficou bem claro que o papel do BC é evitar prejudicar ainda mais a imagem do País no mercado externo”, disse.