Economia

Em reunião, Executiva do PP não delibera sobre fechamento de questão

A Executiva do Partido Progressista (PP) não tratou abertamente do posicionamento do partido sobre a reforma da Previdência em reunião realizada nesta terça-feira, 5. Segundo aliados, o presidente da legenda, Ciro Nogueira (PI), teme que o governo não conseguirá colocar a matéria em votação na Câmara por falta de apoio.

O presidente do partido só defenderá oficialmente o fechamento de questão a favor da matéria quando a data da votação for marcada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A reunião desta terça serviu apenas para discutir a mudança do nome da legenda. Nos bastidores, alguns deputados avaliaram que o encontro serviu apenas como uma sinalização política.

O líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PB), chegou apenas no fim da reunião e permaneceu na sala da presidência do PP por cerca de dez minutos. Na saída, disse que o PP não precisa necessariamente fechar questão sobre a Previdência e que cada partido deve avaliar internamente qual é a melhor decisão, lembrando de votações emblemáticas como as duas denúncias contra o presidente Michel Temer. Ele admitiu, no entanto, que o fechamento de questão dos principais partidos da base poderia aumentar o apoio à proposta, além de servir como uma sinalização positiva para o mercado.

Mais cedo, o presidente nacional do DEM, José Agripino (RN), considerou pouco provável que a proposta seja aprovada pela Câmara e chegue ao Senado neste ou no próximo ano. “Não botem tanta fé nessa história da reforma da Previdência, tem muita espuma aí. Cuidado com as notícias”, disse à imprensa. Já o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), avaliou que o partido não deve fechar questão sobre a proposta e que a votação da matéria este ano na Casa, perto do Natal, poderia ser mal interpretada.

Assim como os senadores, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), tem evitado se manifestar sobre o assunto e tem ressaltado que a responsabilidade de votar neste momento é da Câmara. Como há um receio de que o governo não reúna os 308 votos e a matéria nem sequer seja votada, o objetivo é evitar um desgate desnecessário um ano antes eleição.

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