Estadão

Em sessão volátil, Ibovespa sobe 1,50%, aos 103.653,82 pontos

Em tarde volátil, que levou o dólar à vista a R$ 5,66 na máxima e o Ibovespa a 101.736,31 na mínima – menor nível intradia desde 9 de novembro de 2020 -, a referência da B3 conseguiu se estabilizar e ganhar fôlego no meio da etapa vespertina para fechar a sessão em alta de 1,50%, aos 103.653,82 pontos, renovando máxima do dia na reta final da sessão. Com o avanço das commodities, puxando papéis de grandes empresas da Bolsa, e o índice nos 102 mil ou não muito além disso nos últimos cinco encerramentos, em torno dos menores níveis do ano, houve espaço para alguma recomposição de preços. Em porcentual, o ganho do dia foi o maior desde o último 11 de novembro, quando havia subido 1,54%.

Ainda assim, os fatores de risco externo – crise cambial na Turquia, o espalhamento da nova onda de covid-19 na Europa e apostas na antecipação do aperto monetário pelo Federal Reserve – colocam os emergentes na defensiva, e no Brasil, em particular, o mercado segue com muita atenção a PEC dos Precatórios no Senado.

O apetite por risco ganhou impulso a partir do meio da tarde com a expectativa de que o governo esteja mais próximo de acordo para concluir a tramitação da PEC na casa revisora, onde tem enfrentado resistências e propostas de alterações significativas. A superação dessa etapa para 2022 seria um ponto a menos na planilha de incertezas para o ano eleitoral, ainda que a forma final da PEC esteja longe do ideal, na visão do mercado.

Por outro lado, o bom desempenho das ações de commodities desde cedo, acompanhando a recuperação dos preços do petróleo e do minério de ferro, deu suporte à referência da B3 na sessão, assim como a performance das ações de grandes bancos (BB ON +3,96%, Bradesco ON +2,48%, Bradesco PN +1,93%; as duas últimas nas respectivas máximas do dia no fechamento, assim como Itaú PN +1,68%) e de siderurgia (Usiminas PNA +4,76%, CSN ON +3,44%).

"Petrobras (PN +5,46%, ON +4,70%) foi o grande destaque do dia, junto com Vale (ON +2,63%), carregando o Ibovespa no peito, com a recuperação dos preços globais do petróleo e do minério de ferro na China. A curva de juros, especialmente o miolo, em baixa à tarde inclusive no vencimento de 10 anos (2031), parece indicar uma melhora na percepção sobre a PEC – mas este é um monstro que permanece debaixo da cama", observa Antonio Carlos Pedrolin, líder de mesa de renda variável da Blue3.

Com giro financeiro a R$ 30,8 bilhões nesta terça-feira, o Ibovespa saiu de abertura a 102.123,95 pontos e chegou, na máxima do dia, aos 103.841,23 pontos, enquanto o dólar convergia para R$ 5,60 e a curva de juros se acomodava, em descompressão derivada do olhar de momento sobre a PEC, com a expectativa de que o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo na Casa, feche ainda hoje o relatório, com os R$ 400 do Auxílio Brasil passando de contribuição temporária a permanente, mas arquivando-se, por outro lado, a ideia do presidente Jair Bolsonaro de conceder aumento ao funcionalismo, que havia causado incômodo ao mercado.

No fechamento, além de Petrobras e Vale, destaque também, na ponta do Ibovespa, para Braskem (+6,68%), PetroRio (+5,29%) e Ultrapar (+4,99%). No lado oposto, Méliuz (-5,43%), Totvs (-4,98%) e Petz (-4,02%). Com o desempenho desta terça-feira, o Ibovespa neutraliza as perdas do mês e sobe agora 0,15% em novembro, com avanço de 0,60% nessas duas primeiras sessões da semana. No ano, a perda está em 12,91%.

O dia foi misto em Nova York, com o Dow Jones em alta de 0,55% e o Nasdaq, vindo de recentes renovações de máximas históricas, em baixa de 0,50%, moderada em direção ao fechamento. No exterior, além da expectativa de prosseguimento da retirada de estímulos nos Estados Unidos, com precificação de aumento de juros no ano que vem, a retomada da covid na Europa, especialmente nos países do centro do continente, volta a causar alarme. Nesta terça-feira, o escritório da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Europa divulgou alerta de que projeções indicam que o continente pode ser palco de 700 mil novas mortes por covid-19 até a próxima primavera, em março de 2022, chegando a um total de 2 milhões de vítimas.

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