A operação realizada pela polícia na Praça Princesa Isabel nesta quarta-feira, 11, dispersou dependentes químicos por diversas ruas da região central da cidade de São Paulo ao longo do dia. O cenário formou um fluxo ambulante de vendedores e usuários de crack que chegou a se instalar à noite nos fundos do 77º Distrito Policial (Santa Cecília), delegacia responsável pela investigação contra o tráfico de drogas na Cracolândia.
Por volta das 23h, dezenas de pessoas se aglomeraram na Rua Helvétia próximo ao cruzamento com a Avenida São João. O 77º DP fica localizado na Alameda Glete, mas os fundos do terreno dão para a Rua Helvétia na altura onde o fluxo se instalou. A movimentação na área era intensa e não demorou para uma banca de madeira ser instalada e a venda de drogas a céu aberto ser iniciada aos moldes do que já ocorria na Praça Princesa Isabel.
Os traficantes também vendiam cachimbos para o consumo da droga, além de cartelas de medicamentos. Antes de chegar ali, o fluxo já havia passado pela Praça Marechal Deodoro, a 500 metros de distância. Na manhã desta quinta-feira, 12, o grupo já havia deixado a Rua Helvétia em um movimento que pode continuar nos próximos dias até ser estabelecido em um endereço fixo novamente.
O 77º DP é responsável pela Operação Caronte, que investiga o tráfico na região da Cracolândia desde o ano passado. As áreas dos antigos fluxos nas imediações da Praça Júlio Prestes e da Praça Princesa Isabel estão na circunscrição de atuação da delegacia. A operação desta quarta-feira integra a Caronte, que em dez meses prendeu cerca de 100 suspeitos, de acordo com informações da polícia.
A Prefeitura de São Paulo vai colocar a Guarda Civil Metropolitana (GCM) para monitorar a região da Praça Princesa Isabel 24 horas por dia, na tentativa de evitar a aglomeração de dependentes químicos e a instalação de barracas que, segundo a polícia, servem para o tráfico de drogas. No local que se tornou a nova Cracolândia desde março serão pelo menos 100 agentes fixos. A gestão Ricardo Nunes (MDB) também planejar cercar a praça, de forma a ter controle maior no local.