Economia

Em SP, prédio do Minha Casa terá serviço de flat

Um antigo depósito de ferro e couro, a dez quadras da Sé, no bairro do Brás, em São Paulo, vai dar lugar, em 2017, a um empreendimento imobiliário inusitado: ele se enquadra no programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, mas oferece aos moradores serviços de flat, como arrumação e office boy. As unidades de um dormitório, com área de 27 a 39 m², e sem garagem, começam a ser vendidas nesta quinta-feira, 30, a um preço inicial de R$ 171 mil.

Quem desenvolveu o projeto foi a incorporadora Bracon, do empresário Alon Nussbacher, um engenheiro civil que nos últimos 30 anos passou por companhias como Adolpho Lindenberg, Gafisa e Tecnisa. Desde que decidiu empreender no mercado imobiliário, em 2009, Nussbacher desenvolveu dez projetos residenciais em parceria com grandes incorporadoras do setor. O empreendimento do Brás, batizado de BR Caetano, é o primeiro que ele toca sozinho.

A empresa não é conhecida no mercado e o momento – da economia e do setor – não é dos melhores. Por isso, o empresário conta com o ineditismo do projeto para garantir as vendas. “Esse é o primeiro Minha Casa, Minha Vida com serviço de flat e lazer completo”, diz.

Para ter uma faxina simples diariamente, o morador terá de desembolsar, além do valor de condomínio, de R$ 199, uma taxa mensal de R$ 75. A área comum do empreendimento inclui academia de ginástica, piscina, quadra poliesportiva, Wi-Fi, sala
de festas, espaço gourmet, churrasqueira e bicicletário com bikes elétricas para locação, além de uma lavanderia coletiva.

Para fazer a conta fechar, Nussbacher optou por um revestimento de fachada mais simples e deixou de fora um item que costuma ser decisivo na compra de um imóvel: a vaga na garagem. “Fizemos o empreendimento pensando em pessoas solteiras ou casais jovens que moram longe, trabalham no centro e usam transporte público, já que o BR Caetano está a duas quadras da estação de Metrô Pedro II.” O empresário diz ter uma lista de 200 interessados no empreendimento de 214 unidades.

A diretora de uma escola municipal de Guarulhos, Sabrina Mabhel, de 31 anos, é uma das delas. Solteira, ela buscava um imóvel pequeno no Centro de São Paulo e gostou da oferta de serviços e das opções da área comum do empreendimento da Bracon. “O projeto é incrível, mas não decidi ainda porque o fato de não ter garagem pesa contra.”
A favor do projeto, Nussbacher tem o enquadramento no Minha Casa, Minha Vida, o que facilita o financiamento num período de escassez de crédito e vendas mais fracas no setor.

Segundo o Secovi, a venda de imóveis na cidade de São Paulo caiu de 13,6 mil unidades, entre janeiro e maio de 2013, para 7 mil unidades, neste ano. A queda, no entanto, foi mais expressiva para imóveis maiores, de quatro dormitórios, do que entre os compactos. “A demanda por esse tipo de produto continua grande”, diz disse Flávio Prando, vice-presidente de habitação econômica do Secovi-SP. “Cada metro quadrado custa um bom dinheiro e afeta diretamente o valor total.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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