O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, afirmou que a China sempre ameaçou o governo da ilha, mas que isso "está ficando mais sério nos últimos anos". Em entrevista à <i>CNN</i>, o diplomata disse que mesmo se a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, não tivesse visitado a região, a ameaça militar chinesa continuaria existindo, e é "com esse fato que precisamos lidar".
Segundo ele, a China não pode ditar a Taiwan quem deve ser recebido, além de não poder definir as alianças da ilha. No entanto, Wu mostrou temores com a atual situação: "Eu me preocupo que a China possa realmente lançar uma guerra contra Taiwan", disse ele. Na visão do diplomata, o que Pequim está fazendo agora é tentar assustar, e "a melhor maneira de lidar com isso é mostrar à China que não estamos com medo". "Posso afirmar que Taiwan agora é mais resiliente do que antes, estamos sofrendo ameaças, e a vida está continuando", indicou.
De acordo com o diplomata, os interesses chineses não ficam restritos a Taiwan. O Mar Sul da China e o Indo-Pacífico como um todo são áreas nas quais Wu vê Pequim buscando aumentar sua influência. Além disso, o ministro vê uma "ambição global" por parte da potência asiática, que inclui a América Latina e a África.
Na segunda-feira, 8, a China anunciou que estendeu exercícios militares em torno do Estreito de Taiwan, que interromperam o transporte marítimo e aéreo e aumentaram substancialmente as preocupações sobre o potencial de conflito. Anteriormente, as manobras tinham fim previsto para o domingo, dia 7.